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Deltacron: o que se sabe sobre variante que combina Ômicron e Delta

Cientistas franceses divulgaram evidências sobre o surgimento de uma nova versão do coronavírus. OMS monitora aparecimento de casos

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Ilustração colorida de Coronavírus, causador da Covid - Metrópoles
1 de 1 Ilustração colorida de Coronavírus, causador da Covid - Metrópoles - Foto: Getty Images

Cientistas da IHU Mediterranee Infection de Marselha, na França, divulgaram um estudo com novas evidências sobre o surgimento da variante Deltacron, uma versão híbrida do coronavírus que combina genes das variantes Delta e Ômicron.

Em artigo publicado na plataforma medRxiv na quinta-feira (8/3), os pesquisadores detalham três casos de pacientes do Sul da França que teriam apresentado a Deltacron. Análises feitas em laboratório mostram que o vírus combina o corpo da variante Delta com o gene da proteína spike da variante Ômicron, responsável por fazer a ligação com as células humanas.

“A análise estrutural do pico recombinante sugeriu que seu conteúdo híbrido poderia otimizar a ligação viral à membrana da célula hospedeira (de humanos). Esses achados levam a mais estudos sobre as características virológicas, epidemiológicas e clínicas deste recombinante”, escreveram os autores.

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De acordo com a OMS, variantes consideradas de preocupação são aquelas que possuem aumento da transmissibilidade e da virulência, mudança na apresentação clínica da doença ou diminuição da eficácia de vacinas e terapias disponíveis
Já as variantes de interesse apresentam mutações que alteram o fenótipo do vírus e, assim, causam transmissões comunitárias, detectadas em vários países
Apesar da alta taxa de transmissão, a Ômicron possui sintomas menos agressivos que o coronavírus
Em setembro de 2020, a variante Alfa foi identificada pela primeira vez no Reino Unido. Ela possui alta taxa de transmissão e já foi localizada em mais de 80 países. Apesar de ser considerada como de preocupação, as vacinas em uso são extremamente eficazes contra ela
Com mutações resistentes, a variante Beta também foi classificada como de preocupação pela OMS. Identificada pela primeira vez na África do Sul, ela possui alto poder de transmissão, consegue reinfectar pessoas que se recuperaram da Covid-19, incluindo já vacinadas, e está presente em mais de 90 países
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Desde o início da pandemia, dezenas de cepas da Covid-19 surgiram pelo mundo. No entanto, algumas chamam mais atenção de especialistas: as classificadas como de preocupação e as de interesse

Viktor Forgacs/ Unsplash
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De acordo com a OMS, variantes consideradas de preocupação são aquelas que possuem aumento da transmissibilidade e da virulência, mudança na apresentação clínica da doença ou diminuição da eficácia de vacinas e terapias disponíveis

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Já as variantes de interesse apresentam mutações que alteram o fenótipo do vírus e, assim, causam transmissões comunitárias, detectadas em vários países

Peter Dazeley/ Getty Images
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Apesar da alta taxa de transmissão, a Ômicron possui sintomas menos agressivos que o coronavírus

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Em setembro de 2020, a variante Alfa foi identificada pela primeira vez no Reino Unido. Ela possui alta taxa de transmissão e já foi localizada em mais de 80 países. Apesar de ser considerada como de preocupação, as vacinas em uso são extremamente eficazes contra ela

Aline Massuca/Metrópoles
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Com mutações resistentes, a variante Beta também foi classificada como de preocupação pela OMS. Identificada pela primeira vez na África do Sul, ela possui alto poder de transmissão, consegue reinfectar pessoas que se recuperaram da Covid-19, incluindo já vacinadas, e está presente em mais de 90 países

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A variante Gama foi identificada pela primeira vez no Brasil e também é considerada de preocupação. Ela possui mais de 30 mutações e consegue escapar das respostas imunológicas induzidas por imunizantes. Apesar disso, estudos comprovam que vacinas disponíveis oferecem proteção

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A variante Delta era considerada a mais transmissível antes da Ômicron. Identificada pela primeira vez na Índia, essa variante está presente em mais de 80 países e é classificada pela OMS como de preocupação. Especialistas acreditam que a Delta pode causar sintomas mais severos do que as demais

Fábio Vieira/Metrópoles
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Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron também foi classificada pela OMS como de preocupação. Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, número superior ao das demais variantes, é mais resistente às vacinas e se espalha facilidade

Andriy Onufriyenko/ Getty Images
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Classificada pela OMS como variante de interesse, a Mu foi identificada pela primeira vez na Colômbia e relatada em ao menos 40 países. Apesar de ter domínio baixo quando comparada às demais cepas, a Mu tem maior prevalência na Colômbia e no Equador

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Apesar de apresentar diversas mutações que a tornam mais transmissível, a variante Lambda é menos severa do que a Delta, e é classificada pela OMS como de interesse. Ela foi identificada pela primeira vez no Peru

Josué Damacena/Fiocruz
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Localizada nos Estados Unidos, a variante Épsilon é considerada de interesse pela OMS. Isso porque a cepa possui a capacidade de comprometer tanto a proteção adquirida por meio de vacinas quanto a resistência adquirida por meio da infecção pelo vírus

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As variantes Zeta, identificada no Brasil; Teta, relatada nas Filipinas; Capa, localizada na índia; Lota, identificada nos Estados Unidos; e Eta não são mais consideradas de interesse pela OMS. Essas cepas fazem parte do grupo de variantes sob monitoramento, que apresentam risco menor

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Em entrevista à agência Reuters, o principal autor da pesquisa, Philippe Colson, afirmou que, pelo número reduzido de casos, ainda é cedo para saber se a Deltacron pode ser mais transmissível ou letal do que as versões anteriores do vírus.

“Durante a pandemia de Sars-CoV-2, duas ou mais variantes co-circularam durante os mesmos períodos de tempo e nas mesmas áreas geográficas. Isso criou oportunidades de recombinação entre essas duas variantes”, explicou Colson.

Outro casos já foram notificados

Outros 12 casos foram notificados por equipes de pesquisa na Europa, incluindo Holanda e Dinamarca, desde janeiro e mais dois estão sendo investigados nos Estados Unidos.

Uma versão recombinante surge quando uma pessoa é infectada com duas variantes ao mesmo tempo e as células se replicam juntas, formando uma nova versão viral.

Nessa quarta-feira (9/3), a diretora técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, confirmou que a agência internacional de saúde monitora a Deltacron. A especialista assegurou, no entanto, que ainda não há motivos para preocupação.

“A nova variante recombinante é algo esperado, principalmente se levarmos em consideração a circulação do vírus. A Delta ainda circulava na Europa quando a Ômicron apareceu”, afirmou Van Kerkhove.

De novo?

No início de janeiro, o professor de ciências biológicas da Universidade de Chipre, Leondios Kostrikis, anunciou a descoberta da Deltacron em uma rede de televisão local, afirmando que havia ao menos 25 casos relacionados à cepa.

Entretanto, cientistas de outras países que analisam o sequenciamento genético do vírus logo lançaram a suspeita de que o achado não passava de um erro gerado a partir de uma contaminação de laboratório com fragmentos de Ômicron em uma amostra da versão Delta do vírus.

 

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