Daltônico come cogumelos alucinógenos e consegue distinguir cores
Um homem de 35 anos que tinha dificuldades para enxergar variações da cor verde teve melhora da visão após tomar cogumelos psicodélicos
atualizado
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Um homem de 35 anos com daltonismo teve uma melhora na visão de cores depois de consumir cogumelos mágicos. O caso foi relatado por psiquiatras americanos da Cleveland Clinic, e mostrou que a melhora foi intensa na capacidade de distinguir a cor verde nos oito dias que seguiram o consumo da substância. O aperfeiçoamento persistiu por mais de 16 dias.
O artigo foi publicado na revista Drug Science, Policy and Law na última terça-feira (2/5). Ele revelou que o uso de fungos com psilocibina levou o homem a uma melhora de 39% no seu desempenho nos testes de Ishihara, que identificam a capacidade de diferenciar as cores.
O daltonismo é uma dificuldade de visão ligada a distinguir as cores, especialmente a capacidade de identificar o verde e o vermelho. A condição, de acordo com o Ministério da Saúde, atinge cerca de 5% dos homens e 0,5% das mulheres com variados graus de seriedade.
Problemas pelo excesso
O estudo, porém, encontrou uma barreira nos hábitos do paciente. Ele deveria consumir apenas 5 g da substância para avaliar os impactos a longo prazo, mas o homem acabou misturando o uso do cogumelo com outras drogas que impossibilitaram a continuidade da coleta dos dados.
“A melhora no teste pode até durar mais do que os 16 dias, mas o uso de substâncias adicionais nos impediu de fazer essa análise”, afirmam os cientistas.
Ainda assim, mesmo um ano e meio depois do uso, o homem continuou registrando notas melhores nos testes do que tinha antes de comer os cogumelos.
Os pesquisadores ressaltam, no entanto, que o uso de cogumelos psicodélicos não é uma cura para o daltonismo, já que os efeitos diminuem sem a substância e que o paciente nunca chegou a ter uma nota perfeita no teste.
Ainda assim, eles afirmam que é importante destacar a sensível melhora que o homem experimentou e que testes futuros podem ser feitos para determinar se o uso pode ser generalizado e qual é a quantidade ideal da substância.
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