Curado, engenheiro do DF desabafa sobre coronavírus: “Quase me derrubou”
Ricardo Oliveira ficou sete dias internado até que o corpo conseguisse controlar a Covid-19
atualizado
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Aos 52 anos, assíduo na academia, lutador amador de Krav Maga, sem comorbidades e com o acompanhamento da saúde em dia, o engenheiro Ricardo Nery Oliveira não imaginava que o coronavírus poderia levá-lo a passar sete dias internado no Hospital Brasília.
Com o início da quarentena, o morador da Asa Sul havia restringido um pouco a circulação, mas continuava visitando obras, indo ao banco e ao supermercado. A esposa, Angélica Pizetta, 35, estava trabalhando em home office. Os dois testaram positivo, mas ela ficou no grupo dos assintomáticos.
Ao sentir falta de ar acompanhada de febre, Ricardo resolveu buscar atendimento e descobriu que estava com Covid-19. No hospital, seu corpo travou uma luta intensa para impedir o avanço da infecção no pulmão. “Minha febre não baixava e teve dias nos quais realmente acordei desanimado”, conta.
O apoio da família e dos amigos, mesmo que à distância, foram fundamentais para a recuperação. “Foi uma enxurrada de carinho”, relata. As pessoas mais próximas criaram uma maneira particular de visitá-lo: elas passavam pelo hospital, em um local no qual era possível serem avistadas por Ricardo e buzinavam. O procedimento tem sido repetido agora que ele está em casa, mas ainda não pode receber visitas.
“É um presente estar em casa”, conta o morador da Asa Sul que recebeu alta no último dia 21 de abril. A equipe do Hospital Brasília organizou o tradicional “corredor do aplauso” para marcar o momento de despedida. “Eles foram ótimos, mas nada como retornar ao lugar da gente.”
A fragilidade do corpo diante da ameaça fez Ricardo refletir sobre o que realmente importa na vida. “São as pequenas coisas, né? O aconchego de casa, amor da família, o carinho dos amigos”.
Ativo, o engenheiro não vê a hora de voltar a trabalhar e encontrar os amigos. “Estarei devidamente protegido, com máscara”, garante.