Cruzadinhas on-line ajudam a melhorar a memória, sugere Harvard
Professor de Harvard aponta que outras funções cognitivas melhoram após resolver cruzadinhas, em comparação a outros jogos cognitivos
atualizado
Compartilhar notícia
De acordo com um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, resolver cruzadinhas na internet pode ser uma ótima forma de melhorar a memória e outras funções cognitivas.
Segundo a pesquisa realizada por cientistas da instituição, pessoas com problemas leves de memória que fizeram cruzadinhas on-line tiveram melhora na cognição e menos encolhimento do cérebro em comparação àquelas que brincaram com jogos cognitivos na internet.
O estudo contou com 107 participantes entre 62 e 80 anos de idade. Todos tinham algum comprometimento cognitivo leve, como perda de memória recente ou dificuldade de raciocínio.
Os participantes foram divididos em dois grupos. O primeiro deveria resolver palavras cruzadas on-line. Já o outro praticou jogos cognitivos na internet focados na memória, velocidade de processamento e função executiva. Cada grupo completou sessões de 30 minutos quatro vezes por semana durante 12 semanas.
Em comparação com o desempenho básico em uma escala de 70 pontos, as palavras cruzadas melhoraram a cognição dos participantes em cerca de um ponto no período de 12 semanas e meio ponto em 78 semanas.
Tão bom quanto remédios?
De acordo com o professor de neurologia Andrew Budson, os números não parecem muito, mas ficam bem próximos da pontuação exigida pelo FDA para medicamentos que visam melhorar as funções cognitivas em pessoas com Alzheimer, por exemplo. Para os remédios inibidores da colinesterase, usados contra a demência, o critério de aprovação é uma alta de dois pontos na escala.
“Na verdade, 37% daqueles que fizeram palavras cruzadas mostraram uma melhora de pelo menos dois pontos. Isso significa que o jogo pode ajudar no pensamento e na memória quase tanto quanto um medicamento aprovado pela FDA”, ressalta Budson.
Cruzadinhas podem retardar o encolhimento do cérebro?
Em indivíduos com comprometimento cognitivo leve e naqueles que envelhecem normalmente, o cérebro tende a encolher. Portanto, os cientistas questionam se uma intervenção como medicação ou palavras cruzadas pode retardar o encolhimento do órgão.
Duas estruturas comuns avaliadas nesse contexto são o tamanho do hipocampo, área do cérebro responsável pelas lembranças, e a espessura do córtex, onde se desenvolvem os pensamentos.
Quando comparado aos jogos cognitivos on-line, trabalhar em palavras cruzadas na internet resultou em um encolhimento entre 0,5% e 1% menor no hipocampo e no córtex ao longo do estudo de 18 meses.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.