Crononutrição: saiba usar o relógio biológico a favor do emagrecimento
Entenda a nova área da ciência que busca a combinação perfeita entre o ritmo do corpo e o consumo de alimentos
atualizado
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Uma das verdades universais na área do emagrecimento é que perder peso é um processo individual. Para que a dieta seja bem-sucedida, deve-se conhecer o organismo do paciente. No entanto, a liberação de hormônios, a qualidade do sono e os horários das refeições têm ganhado importância em uma novo campo de estudos: a crononutrição, que investiga os efeitos da alimentação conjugados ao relógio biológico do corpo.
O organismo possui um relógio interno que comanda as funções comportamentais e fisiológicas. Segundo o nutricionista Omar de Faria Neto, é possível tirar vantagem do ritmo do corpo porque há espaços adequados ao longo do dia para o consumo de determinados alimentos ou a realização de atividades físicas.
Consumir carboidratos pela manhã, por exemplo, é necessário, pois eles conferem a energia necessária para iniciar o dia. À tarde, a gordura tem melhor metabolização e, depois das 18h, o corpo não está programado para se alimentar. “Não respeitar o relógio interno significa provocar uma desregulação nas funções do organismo”, argumenta Omar de Faria Neto.
Entenda o relógio biológico do corpo:
– 6h às 8h: considerado o melhor horário para despertar, pois o hormônio cortisol está em alta, deixando o corpo em alerta para as atividades matinais que virão. O café da manhã deve incluir um carboidrato complexo, a exemplo de massas integrais, aipim, abóbora, inhame, entre outros. A gordura e a proteína devem ser consumidas em menores quantidades, já a fibra é essencial para garantir saciedade ao longo do dia. A combinação resulta na liberação gradual da serotonina, o neurotransmissor que atua no humor, bem-estar e ajuda a controlar o apetite pela manhã.
– 9h às 10h: ideal para praticar exercícios físicos, uma vez que há maior liberação de adrenalina e do hormônio testosterona, que contribuem para uma maior síntese muscular. Em seguida, até 12h, é um bom momento para desempenhar atividades intelectuais.
“É importante respeitar essas janelas para fazer com que o corpo trabalhe dentro da maneira para a qual está programado”, explica o nutricionista.
– 12h: no horário do almoço, novamente deve-se consumir carboidratos complexos, além de uma proteína animal ou vegetal, acompanhados de legumes cozidos ou crus. Os alimentos devem ser de fácil digestão, pois entre 13h e 14h há maior liberação de neurotransmissores inibitórios, como a serotonina, liberação de hormônios intestinais e aumento do fluxo sanguíneo no trato gastrointestinal.
– 15 às 16h: considerado um bom intervalo para fazer uma pausa nas atividades do dia porque ocorre um decréscimo do rendimento cognitivo. No entanto, treinar nesse horário é positivo, pois há maior coordenação motora e de eficiência nas funções cardíaca e muscular.
– 18 às 20h: melhor período para o jantar, devendo-se evitar cafeína e alimentos de difícil digestão, como carnes vermelhas, preparações gordurosas, biscoitos, massas ou doces, visto que eles elevam a produção de insulina e influenciam negativamente na síntese de melatonina, hormônio essencial para a indução do sono. O fluxo de melatonina começa às 20h e os picos ocorrem entre 22h e 2h.