metropoles.com

1ª criança diagnosticada com Scid no DF passa por transplante no HCB

Menino foi a 1ª criança diagnosticada com síndrome grave por meio do teste do pezinho ampliado, e passou por transplante de medula óssea

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hospital da Criança de Brasília/Divulgação
Foto mostra o neném Miguel, que fez um transplante de medula óssea, com os pais e o irmão - Metrópoles
1 de 1 Foto mostra o neném Miguel, que fez um transplante de medula óssea, com os pais e o irmão - Metrópoles - Foto: Hospital da Criança de Brasília/Divulgação

Com apenas três meses de idade, o pequeno Miguel de Souza foi o primeiro paciente do DF diagnosticado com síndrome da imunodeficiência combinada grave (Scid, na sigla em inglês) por meio do teste do pezinho ampliado, que passou a fazer parte da triagem neonatal na capital federal em 2023.

Em novembro, o menino passou por um transplante de medula que veio do pai no Hospital da Criança de Brasília (HCB). Os dois passam bem e Miguel já recebeu alta para continuar o tratamento em casa — ele deve ficar isolado por seis meses até que possa tomar vacinas.

O tratamento é essencial para lidar com a doença, que é genética e causa alterações no sistema linfócito. Por conta da condição, o paciente não produz anticorpos e fica basicamente sem imunidade.

“O bebê fica bem por um período, enquanto ainda tem células de defesa da mãe, mas o tempo ótimo do transplante é de até três meses. Sem isso, ele passa por infecções gravíssimas, meningite, septicemia – se não for transplantado, vem a óbito”, explica a imunologista Cláudia Valente, uma das responsáveis pelo caso de Miguel. O pequeno será acompanhado pela equipe do HCB até que atinja a idade suficiente para ser transferido ao atendimento de adultos.

Teste do pezinho ampliado e transplante de medula óssea

Miguel nasceu no Hospital Materno-Infantil de Brasília (HMIB) em agosto, e passou pela coleta do exame de triagem neonatal. A amostra foi analisada no Hospital de Apoio de Brasília, que informou o HCB (referência neste tipo de tratamento). Foi feito um exame de confirmação no centro de saúde, e a equipe do transplante de medula óssea foi acionada.

A notícia do diagnóstico preocupou a família. “Meu mundo desabou, é uma doença muito grave; fiquei muito mal e comecei a pesquisar, porque eu nunca tinha ouvido falar disso”, explica Nara Rodrigues, mãe de Miguel. “Ficamos internados, ele recebeu imunoglobulina e cortaram a amamentação”, conta.

Os pais do menino e seu irmão fizeram teste de compatibilidade para o transplante de medula, e o pai, Francisco, foi o escolhido. Miguel fez quimioterapia antes do procedimento, para abrir espaço para a nova medula, e a cirurgia foi feita em novembro.

O menino reagiu bem ao transplante e pôde ser encaminhado para casa. “O irmão dele estava ansioso! Na primeira vez que ele foi internado, quando chegamos do Hospital, o Pedro até chorou, ele ama o irmão”, conta Francisco.

3 imagens
Miguel deve continuar o tratamento em casa, onde ficará isolado até que possa tomar suas vacinas
A família está muito feliz de finalmente ter o bebê em casa
1 de 3

Miguel fez o transplante de medula óssea em novembro, e recebeu alta nesta terça (19/12)

Hospital da Criança de Brasília/Divulgação
2 de 3

Miguel deve continuar o tratamento em casa, onde ficará isolado até que possa tomar suas vacinas

Hospital da Criança de Brasília/Divulgação
3 de 3

A família está muito feliz de finalmente ter o bebê em casa

Hospital da Criança de Brasília/Divulgação

“Estou tão feliz! Acho que agora é questão de tempo para poder abraçar, apertar, beijar, porque não pude fazer nada disso”, deseja Nara, emocionada. Francisco já espera o momento de ver o filho em uma vida comum, como as outras crianças. “Quero levar ele para todo canto, para ele brincar, se sujar, até para brigar com o irmão e eu precisar repreender. Quero que ele tenha uma infância feliz, como eu tive”, diz.

A médica coordenadora do Transplante de Medula Óssea do HCB, Simone Franco, explica o impacto de um diagnóstico tão precoce para o tratamento da Scid: “É uma criança sem tantas comorbidades, sem ter contraído várias infecções. A triagem neonatal nos possibilita fazer o transplante em uma criança que ainda não teve manifestação da imunossupressão grave que eles apresentam; isso é importante para a melhora da sobrevida”.

Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?