Covid-19: Brasil teve taxa de transmissão maior do que a de países europeus
A média de transmissão comunitária superou Espanha, Reino Unido, Itália e França, segundo estudo publicado em revista científica
atualizado
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Um trabalho realizado por cientistas brasileiros e britânicos indica que a taxa de contágio (RO) do novo coronavírus no Brasil, entre fevereiro e maio, foi de 3 – uma pessoa infectada contaminou outras três no período. O índice é mais alto do que o registrado em países europeus apontados como epicentros da pandemia da Covid-19 no primeiro semestre, como Espanha (2,6), Reino Unido (2,6), Itália (2,5) e França (2,5).
Os resultados da pesquisa Características epidemiológicas e clínicas da epidemia de Covid-19 no Brasil foram publicados na última sexta-feira (31/7), na revista científica Nature Human Behaviour. Ela teve a participação do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP, da Universidade de Oxford e do Imperial College de Londres, ambos da Inglaterra.
Os cientistas observaram a rápida disseminação do vírus pelo país, em especial nos municípios mais populosos e com melhor conexão e nos menos populosos, que foram afetados em um estágio posterior da pandemia.
“Nossos resultados fornecem novas ideias sobre a epidemia brasileira de Covid-19 e destacam o alto potencial de transmissão do Sars-CoV-2 no país”, escreveram os pesquisadores.
“Embora as curvas de incidência para os países europeus tenham sido consistentemente achatadas e diminuídas com a aplicação de NPIs (impacto das intervenções não farmacêuticas) a curva de incidência diária do Brasil tem continuado a aumentar”, concluíram.
Para que a disseminação de um vírus seja controlada, a taxa de contágio deve se manter abaixo de 1. Assim, não há novos casos suficientes para que a epidemia continue e a curva começa a cair.