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Covid volta a crescer na Europa. Saiba o que significa para o Brasil

Novo aumento de casos foi provocado por disseminação da sublinhagem da variante Ômicron e flexibilização das medidas sanitárias

atualizado

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Covid na Europa
1 de 1 Covid na Europa - Foto: Marcos del Mazo/LightRocket via Getty Images

A queda sustentada do número de novos casos de Covid-19 depois da onda provocada pela variante Ômicron deu ao mundo um vislumbre sobre a aproximação do fim da pandemia.

No entanto, apenas duas semanas depois de o Reino Unido retirar sua última medida sanitária, o país observa os números de casos e hospitalizações crescerem novamente. O mesmo ocorre na Alemanha, Itália, Holanda, Suíça, Áustria, Grécia e em alguns países da Ásia, como China e Hong Kong.

Na Alemanha, o número de casos diários passou de 67 mil, em 6 de março, para 237 mil na última sexta-feira (11/3). Nas últimas dez semanas, a China registrou mais casos sintomáticos do que em todo o ano de 2021.

Como o que ocorre na Europa costuma se repetir por aqui alguns meses depois, o pesquisador do Observatório Fiocruz Covid-19 Raphael Guimarães avalia que a situação lá fora serve para colocar o Brasil em alerta.

“Estamos verificando o aumento novamente do número de casos (no mundo), principalmente entre aqueles países que já relaxaram no uso de máscaras como medida de proteção individual e coletiva, e isso deve servir de alerta para o Brasil não repetir os mesmos erros desses países, que também têm boas coberturas vacinais, mas estão sendo prejudicados por suas ações prematuras”, afirma Guimarães.

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Segundo especialistas, para se ter um controle da doença e conter a disseminação do vírus, é importante testar, cada vez mais, a população
Secretaria de Saúde diz que não faltam testes de Covid-19 no DF
<strong>RT PCR</strong>: considerado “padrão-ouro” pela alta sensibilidade, o teste é usado para o diagnóstico da Covid-19. Ele detecta a carga viral até o 12º dia de sintomas do paciente, quando o vírus ainda está ativo no organismo. O resultado é entregue em, aproximadamente, três dias
O teste utiliza a biologia molecular para detectar o vírus Sars-CoV-2 na secreção respiratória, por meio de uma amostra obtida por swab (cotonete)
<strong>Teste salivar por RT-PCR</strong>: utiliza a mesma metodologia do RT-PCR de swab e conta com precisão de mais de 90% para o diagnóstico da doença ativa. O procedimento deve ser feito nos sete primeiros dias da doença em pacientes com sintomas
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Uma das estratégias de enfrentamento da pandemia de Covid-19 é a vigilância epidemiológica, com o registro e a observação sistemática de casos suspeitos ou confirmados da doença, a partir da realização de testes

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Segundo especialistas, para se ter um controle da doença e conter a disseminação do vírus, é importante testar, cada vez mais, a população

Aline Massuca/Metrópoles
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Secretaria de Saúde diz que não faltam testes de Covid-19 no DF

Breno Esaki/Agência Saúde-DF
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RT PCR: considerado “padrão-ouro” pela alta sensibilidade, o teste é usado para o diagnóstico da Covid-19. Ele detecta a carga viral até o 12º dia de sintomas do paciente, quando o vírus ainda está ativo no organismo. O resultado é entregue em, aproximadamente, três dias

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O teste utiliza a biologia molecular para detectar o vírus Sars-CoV-2 na secreção respiratória, por meio de uma amostra obtida por swab (cotonete)

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Teste salivar por RT-PCR: utiliza a mesma metodologia do RT-PCR de swab e conta com precisão de mais de 90% para o diagnóstico da doença ativa. O procedimento deve ser feito nos sete primeiros dias da doença em pacientes com sintomas

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PCR Lamp ou Teste de antígeno: comumente encontrado em farmácias, o exame avalia a presença do vírus ativo coletando a secreção do nariz por meio de swab. O resultado leva apenas 30 minutos para ficar pronto, por isso, ele é indicado para situações em que o diagnóstico precisa ser rápido

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De acordo com a empresa que fornece o exame, ele possui 80% de confiança. O método empregado no teste é usado também para outras doenças infecciosas, como a H1N1

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Teste de sorologia: revela se o paciente teve contato com o coronavírus no passado. Ele detecta a presença de anticorpos IgM, IGg ou IgA separadamente, criados pelo organismo das pessoas infectadas para combater o Sars-CoV-2, a partir de um exame de coleta de sangue

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O exame deve ser realizado a partir do 10º dia de sintomas. A precisão do resultado é menor do que nos testes do tipo RT-PCR. Além disso, falsos negativos podem aparecer com mais frequência

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Teste rápido: o método é semelhante aos testes de controle de diabetes, com um furo no dedo. A amostra de sangue é colocada em um reagente que apresenta o resultado rapidamente

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O teste imunológico rápido detecta a presença de anticorpos e o resultado positivo sinaliza que o paciente já sofreu a infecção pelo novo coronavírus. A confiabilidade do resultado varia muito, já que o método apresenta alta taxa de falso negativo

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Teste de anticorpos totais: detecta a produção do IgM e IgG no organismo, a partir de um único exame de coleta de sangue, e não faz a distinção dos valores presentes de cada anticorpo. A precisão do resultado chega a 95%

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Teste de anticorpo neutralizante: o procedimento é indicado para a avaliação imunológica. O exame detecta os anticorpos e vê a proporção que bloqueia a ligação do vírus com o receptor da células

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Aumento de casos globais

A Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou, na última semana, um aumento de 8% em novos casos globais de Covid-19 em relação à semana anterior. A redução da taxa de testagem, no entanto, pode esconder um número ainda maior de infectados.

“Esse aumento está ocorrendo apesar das reduções nos testes em alguns países, o que significa que os casos que estamos vendo são apenas a ponta do iceberg”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa na quarta-feira (16/3).

A nova ascensão da curva epidemiológica foi atribuída à disseminação da sublinhagem BA.2 da variante Ômicron e ao relaxamento das medidas de proteção contra o vírus.

A OMS também acredita que há erros de comunicação entre os governos e suas populações, pois as decisões de rebaixamento da pandemia para a categoria de endemia estão fazendo as pessoas acreditarem que o vírus já não traz mais riscos.

Quarta onda?

O sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, avalia a possibilidade de uma quarta onda no país se a sublinhagem BA.2 for capaz de se espalhar por aqui.

“A BA.1 já fez o serviço dela (no mundo), como fez no Brasil. Se a BA.2 puder infectar quem já teve a BA.1, isso será um bruto de um desastre. Se não, não será tão importante assim. Temos que esperar para entender”, explica Vecina.

Um estudo realizado na Dinamarca mostra que a BA.2 consegue reinfectar quem teve a BA.1, mas isso aconteceria em casos muito raros. Já os que tiveram a versão Delta têm mais chances de adoecerem por causa da nova sublinhagem.

Para evitar que o cenário de fora se reflita no Brasil, os especialistas frisam a importância de acelerar a campanha de vacinação e de buscar as pessoas que ainda não tomaram as duas doses do esquema primário de imunização e/ou o reforço.

Além disso, Gonzalo Vecina afirma que é importante cobrar o uso de máscaras em ambientes fechados para seguir freando a transmissão do vírus.

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