Covid, vírus sincicial e gripe: saiba como diferenciar os sintomas
Com o avanço da tripledemia, saiba diferenciar os sintomas de Covid-19 dos vírus sincicial respiratório e da gripe
atualizado
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Nas últimas semanas, as comunidades médica e científica começaram a alertar sobre a tripledemia – termo usado para designar três epidemias causadas por três vírus respiratórios diferentes, mas que acontecem ao mesmo tempo. São eles o Sars-CoV-2, VSR (vírus sincicial respiratório) e influenza.
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a tripledemia já é considerada a principal ameaça à saúde das populações do continente americano. Os sintomas das três infecções são bem parecidos e podem ser confundidos entre si.
“Os três vírus causam febre, coriza, dor de cabeça, dor nos olhos, congestão nasal, espirro e dor de garganta”, explica a médica infectologista Ana Helena Germoglio.
Ela afirma que não é possível diferenciar de forma precisa cada uma das doenças observando apenas os sintomas. Porém, há sinais que podem ser identificados para guiar a testagem de confirmação dos três vírus.
1. Influenza
Os principais sintomas da gripe são fadiga, dores musculares, dor na garganta, coriza e febre. No geral, a infecção dura entre sete e dez dias, com um período de incubação de até quatro dias.
“O vírus da gripe, o influenza, costuma causar febre mais intensa e dor no corpo mais proeminente do que o coronavírus ou o vírus sincicial respiratório”, lembra a infectologista.
2. Vírus sincicial respiratório
Ana Helena afirma que a diferença da infecção pelo VSR para as outras doenças, como a gripe, é que ela costuma ser mais frequente em bebês e crianças pequenas.
“É uma doença muito mais comum nos primeiros anos de vida e pouquíssimo prevalente em adultos. Então, se você tem uma criança mais velha ou é adulto, as chances de ser o vírus sincicial são baixas”, diz a médica.
O VSR provoca fadiga, dor de garganta, dificuldade para respirar, chiado no peito, espirros e perda de apetite. Em bebês, a indisposição pode ser percebida na falta de vontade de mamar. O problema pode levar a doenças respiratórias agudas nos pequenos, como bronquite. A recomendação da médica é não levar as crianças à creche ou escola caso apresentem os sintomas.
3. Covid-19
A vacinação contra o coronavírus fez com que, na maioria dos casos, os sintomas da Covid-19 se tornassem parecidos aos de um resfriado. Os sinais da infecção persistem entre dez e 14 dias, e o período de incubação do vírus é de cinco a 14 dias.
“No caso da Covid-19, os pacientes plenamente vacinados terão apenas sintomas leves. O indivíduo infectado apresentará febre, dores no corpo, dor de garganta e mal-estar por uma semana e, em seguida, vai melhorar naturalmente”, explica o infectologista David Uip.
Testagem é necessária
Os especialistas apontam que é impossível fechar um diagnóstico preciso de qualquer uma das doenças sem exames. Eles recomendam a realização do teste PCR para a confirmação exata e ressaltam que, no caso da influenza e da Covid-19, existem vacinas seguras que podem ser aplicadas a partir dos 6 meses de idade.
Surgimento da tripledemia
A médica Ana Helena comenta que o aparecimento dos vírus associados já era esperado e está relacionado à época de frio na América do Norte.
“Devido ao uso de máscaras e do isolamento social adotados durante as fases críticas da pandemia de Covid-19, os outros dois vírus não afetaram a população. A adoção das medidas de proteção acabou diminuindo a imunidade geral e, agora, eles estão infectando mais pessoas”, explica.
Como prevenir?
A melhor forma de prevenção, segundo os infectologistas, é estar com o calendário de vacina atualizado contra a Covid-19 e o influenza. Além disso, a recomendação é continuar adotando as medidas de proteção, como uso de máscaras em ambientes fechados ou com grandes aglomerações, e a higienização correta e frequente das mãos.
Quando ir ao médico?
A orientação é procurar atendimento médico quando ocorre piora dos sintomas, como dificuldade para respirar, aumento dos batimentos cardíacos, febre constante, sangramentos, sonolência excessiva, vômitos frequentes e dores abdominais constantes.
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