Desde 16 de janeiro, a vacina contra a Covid-19 é aplicada, em dose pediátrica, nas crianças entre 5 e 11 anos no Brasil. Porém, para a faixa etária abaixo dessa, que contempla bebês e crianças que ainda não completaram 5 anos, a espera pelas vacinas deve demorar alguns meses.
De acordo com a plataforma Clinicaltrials.gov, que reúne informações sobre todos os estudos clínicos sendo realizados no mundo, há pelo menos 13 pesquisas em andamento que envolvem vacinas para bebês e crianças com mais de 6 meses de idade.
China, Chile, Argentina, Índia e Emirados Árabes Unidos estão usando a Coronavac para as crianças a partir dos 3 anos. Um estudo divulgado pelo Butantan em janeiro mostra que não houve relatos de efeitos adversos graves entre as 4 mil crianças entre 6 e 35 meses de idade que participaram da pesquisa.
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A Anvisa aprovou, em 16 de dezembro, a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Para isso, será usada uma versão pediátrica da vacina, denominada Comirnaty
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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos
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A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco
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Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil
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Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações
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De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos
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Contudo, desde o aval para a aplicação da vacina em crianças, a Anvisa vem sofrendo críticas de Bolsonaro, de apoiadores do presidente e de grupos antivacina
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Para discutir imunização infantil, o Ministério da Saúde abriu consulta pública e anunciou que a vacinação pediátrica teria início em 14 de janeiro. Além disso, a apresentação de prescrição médica não será obrigatória
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Inicialmente, a intenção do governo era exigir prescrição. No entanto, após a audiência pública realizada com médicos e pesquisadores, o ministério decidiu recuar
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De acordo com a pasta, o imunizante usado será o da farmacêutica Pfizer e o intervalo sugerido entre cada dose será de oito semanas. Caso o menor não esteja acompanhado dos pais, ele deverá apresentar termo por escrito assinado pelo responsável
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Além disso, apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacina
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Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi grave
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Países como Israel, Chile, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina e Cuba, e a própria União Europeia, por exemplo, são alguns dos locais que autorizaram a vacinação contra a Covid-19 em crianças
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Nos Estados Unidos, a imunização infantil teve início em 3 de novembro. Até o momento, mais de 5 milhões de crianças já receberam a vacina contra Covid-19. Nenhuma morte foi registrada e eventos adversos graves foram raros
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A decisão do Ministério da Saúde de prolongar o intervalo das doses do imunizante contraria a orientação da Anvisa, que defende uma pausa de três semanas entre uma aplicação e outra para crianças de 5 a 11 anos
Porém, na faixa etária entre 2 e 4 anos, a resposta ficou abaixo do esperado – o estudo continua testando uma terceira dose para o público, na esperança de melhorar a eficácia do imunizante. Ainda assim, a Pfizer entrou com pedido de uso emergencial nos Estados Unidos, e aguarda autorização para começar a distribuir as vacinas.
A Moderna, a segunda fabricante com mais vacinas contra a Covid-19 aplicadas na população norte-americana até agora, pretende acabar o ensaio clínico com crianças entre 2 e 5 anos em março e pedir, no mês seguinte, a autorização de aplicação às autoridades regulatórias americanas e canadenses.
Situação no Brasil
No Brasil, a Coronavac foi aprovada pela Anvisa para crianças com mais de 6 anos no final de janeiro. O Instituto Butantan, responsável pela fabricação da vacina em território nacional, deve enviar à Anvisa nas próximas semanas mais dados sobre a faixa etária de 3 a 5 anos para ampliar a quantidade de pessoas a serem imunizadas pela fórmula.
Ainda não houve pedido da Pfizer para menores de 5 anos – as outras autorizações pleiteadas pela farmacêutica foram feitas após a aprovação pelo Centro de Controle e Prevenções de Doenças (CDC), dos Estados Unidos.