Covid: um em cada 4 pacientes não se recupera 1 ano após internação
Pesquisa feita na Universidade de Leicester, no Reino Unido, avaliou a saúde de 2.320 pessoas que foram hospitalizadas em razão da Covid
atualizado
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De acordo com cientistas do Centro de Pesquisa Biomédica do Instituto Nacional de Saúde, da Universidade de Leicester, na Inglaterra, um em cada quatro pacientes da Covid-19 que precisaram de hospitalização não se recupera completamente da doença um ano após a infecção.
A pesquisa sobre os impactos da Covid longa na vida dos pacientes foi publicada no sábado (23/04), na revista The Lancet Respiratory Medicine.
Os professores da universidade britânica acompanharam a saúde de 2.320 pessoas que foram internadas com Covid entre 7 de março de 2020 e 18 de abril de 2021.
Os voluntários passaram por duas avaliações de saúde após a alta hospitalar. O levantamento incluía um questionário sobre a própria percepção de recuperação da doença, uma análise do desempenho físico e da função dos órgãos vitais e exames de sangue.
Um ano após a alta hospitalar, a maioria dos pacientes ainda se queixava de fadiga (60,1%), dores musculares (54,6%), perda de mobilidade (52,9%), problemas para dormir (52,3%) e falta de ar (51,4%). Também foram frequentes os relatos de confusão mental (46,7%), dores no corpo (46,6%) e perda de memória (44,6%).
Os participantes foram divididos em quatro grupos de acordo com o quadro avaliado pelos pesquisadores. O primeiro grupo, com 319 pessoas (20%), apresentava deficiência física e mental muito grave; o segundo, com 493 pacientes (11%), tinha deficiência física e mental grave; o terceiro, com 179 pessoas (11%), demonstrou deficiência física moderada com comprometimento cognitivo; e o último, com 645 pacientes (39%), deficiência física e mental leve.
As mulheres, as pessoas obesas em geral e os pacientes que precisaram de ventilação mecânica durante o tratamento foram os que relataram ter a menor sensação de recuperação da doença.
“Nosso estudo relata várias descobertas novas. O sexo feminino e a obesidade foram associados com menor probabilidade de se sentir totalmente recuperado em um ano; vários mediadores inflamatórios foram aumentados em indivíduos com deficiências físicas, mentais e cognitivas mais graves em comparação com indivíduos com deficiências contínuas mais leves”, escreveram os autores do estudo.
Os resultados, de acordo com os pesquisadores, enfatizam a necessidade urgente de serviços de saúde que apoiem os pacientes que sofrem com a Covid longa. “Sem tratamentos eficazes, a Covid longa pode se tornar uma nova condição de saúde de longo prazo com alta prevalência na sociedade”, escreveram.
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