Covid: reinfecções aumentam chances de outros problemas de saúde?
Pesquisa com militares veteranos dos EUA mostrou que novas infecções potencializam o risco de problemas renais, cardíacos e diabetes
atualizado
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Você provavelmente conhece alguém que teve Covid-19 mais de uma vez ao longo dos últimos dois anos. Esse fenômeno se tornou mais comum do que se acreditava no início da pandemia. Agora, dados de pesquisas mostram que as reinfecções aumentam o risco de Covid longa e de complicações como o desenvolvimento de diabetes, problemas renais e cardíacos, por exemplo.
O epidemiologista clínico da Universidade de Washington, em St. Louis, Ziyad Al-Aly, trouxe mais informações sobre o assunto em uma pesquisa, publicada em junho em versão de pré-print. O estudo trouxe dados de 5,6 milhões de militares veteranos dos Estados Unidos.
O estudo de Al-Aly mostrou que cada nova infecção aumenta o risco de Covid longa, de hospitalização e de mortes por outras causas que não o coronavírus. Pessoas infectadas pela segunda vez corriam um risco 2,5 vezes maior de desenvolver doenças cardíacas ou pulmonares e problemas de coagulação sanguínea. Também observou-se o aumento do risco para problemas cerebrais, diabetes, fadiga crônica e distúrbios mentais.
“O risco aditivo realmente não é trivial, não é insignificante. É realmente substancial”, disse Al-Aly.
A médica infectologista Ana Helena Germoglio explica que qualquer quadro inflamatório infeccioso gera uma resposta imune no corpo, que pode desencadear outros problemas e isso também está sendo observado com a Covid-19.
“A reinfecção pode causar Covid longa ou outros tipos de prejuízo que não somente os respiratórios. Pode levar à alterações de memória, infecção de sistema nervoso, diabetes, problemas renais ou cardíacos”, afirma a infectologista Ana Helena.
Melhor não arriscar
O uso da máscara continua sendo a melhor estratégia para evitar a infecção pelo coronavírus, e a vacinação completa – com as duas doses primárias e os reforços disponíveis –, o jeito mais eficiente de evitar o agravamento da doença.
“Por ser uma doença viral, muito provavelmente as vacinas terão que se modernizar – da mesma forma que fazemos com a vacina da influenza – e a gente terá que se organizar e se comportar de acordo com a circulação do vírus, caso seja muito alta, ou apareça uma variante muito diferente que cause uma resposta diferente”, esclarece a infectologista.
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