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Covid: quais são os riscos entre crianças não vacinadas na escola?

Normalidade na educação ocorre sob dúvidas e inseguranças em relação aos riscos de contaminação entre crianças não vacinadas

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Enio Medeiros/Prefeitura de Aparecida de Goiânia
goias vacinacao covid escola
1 de 1 goias vacinacao covid escola - Foto: Enio Medeiros/Prefeitura de Aparecida de Goiânia

Em meio à campanha de imunização infantil, escolas da rede pública e particular de todo o país retornam gradualmente às aulas presenciais pausadas durante a pandemia. É previsto que ao menos 18 estados brasileiros e o Distrito Federal iniciem o ano letivo de 2022 do ensino infantil com presença física obrigatória dos estudantes. Entretanto, a volta às aulas acontece sob dúvidas e inseguranças em relação aos riscos de contaminação entre crianças não vacinadas.

Ainda não há um balanço oficial que reúna os dados de todos estados sobre quantas crianças receberam a primeira dose do imunizante até agora, mas muitos pais ainda temem vacinar seus filhos. De acordo com o presidente do Departamento de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), Fausto Flor Carvalho, voltar às aulas é tão importante quanto a proteção infantil.

A vacinação infantil começou há apenas duas semanas e, segundo os especialistas, a volta às aulas não deve ser adiada aguardando que essas crianças recebam o imunizante. Porém, o retorno deve ser feito com o estabelecimento de protocolos de segurança dentro das escolas e vacinação o quanto antes.

“Vacinar as crianças antes de irem para a escola significa antecipar a produção de anticorpos. Uma dose só não será o suficiente para deixá-las totalmente imunes, mas seguir corretamente a orientação vacinal de duas doses protegerá os estudantes de quadros graves da doença, caso sejam contaminados”, afirma Carvalho.

O risco da Covid-19 nas escolas é o mesmo da sociedade onde o centro de ensino está incluído — sem a adoção de medidas de proteção, a criança corre, sim, o risco de ser contaminada. O médico da SBP explica que, naturalmente, os pequenos têm baixa adesão ao uso de máscara e distanciamento, o que os deixa mais expostos ao vírus. Por isso, é tão importante que eles estejam protegidos de todas as maneiras possíveis.

“É importante que as escolas e os pais sigam as recomendações de saúde para evitar a disseminação da Covid-19. Quanto mais precoce for a primeira dose da criança, mas cedo ela receberá a segunda. Com o esquema vacinal completo, poderá ser atingida uma proteção plena e confiável mais rapidamente”, garante.

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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos
A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco
Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil
Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações
De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos
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A Anvisa aprovou, em 16 de dezembro, a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Para isso, será usada uma versão pediátrica da vacina, denominada Comirnaty

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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos

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A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco

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Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil

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Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações

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De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos

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Contudo, desde o aval para a aplicação da vacina em crianças, a Anvisa vem sofrendo críticas de Bolsonaro, de apoiadores do presidente e de grupos antivacina

HUGO BARRETO/ Metrópoles
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Para discutir imunização infantil, o Ministério da Saúde abriu consulta pública e anunciou que a vacinação pediátrica teria início em 14 de janeiro. Além disso, a apresentação de prescrição médica não será obrigatória

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Inicialmente, a intenção do governo era exigir prescrição. No entanto, após a audiência pública realizada com médicos e pesquisadores, o ministério decidiu recuar

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De acordo com a pasta, o imunizante usado será o da farmacêutica Pfizer e o intervalo sugerido entre cada dose será de oito semanas. Caso o menor não esteja acompanhado dos pais, ele deverá apresentar termo por escrito assinado pelo responsável

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Além disso, apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacina

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Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi grave

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Países como Israel, Chile, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina e Cuba, e a própria União Europeia, por exemplo, são alguns dos locais que autorizaram a vacinação contra a Covid-19 em crianças

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Nos Estados Unidos, a imunização infantil teve início em 3 de novembro. Até o momento, mais de 5 milhões de crianças já receberam a vacina contra Covid-19. Nenhuma morte foi registrada e eventos adversos graves foram raros

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A decisão do Ministério da Saúde de prolongar o intervalo das doses do imunizante contraria a orientação da Anvisa, que defende uma pausa de três semanas entre uma aplicação e outra para crianças de 5 a 11 anos

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Ômicron na escola

Embora não existam muitos registros sobre a infecção de crianças pela nova variante do coronavírus Ômicron — pela baixa quantidade de testes sequenciados geneticamente para determinar a cepa responsável pela contaminação–, a comunidade científica acredita que sua alta capacidade de transmissão facilita o contágio. Aparentemente, a variante não tem causado tantos casos graves, mas o quadro pode não evoluir com frequência graças à vacinação dos adultos e adolescentes.

“Na maioria das vezes, a Covid-19, principalmente a contaminação causada pela Ômicron, se manifesta por meio de quadros muito leves em crianças. Sendo assim, é importante que a família proteja toda a comunidade escolar, não levando o filho para a escola caso haja sintomas, mesmo que brandos”, diz a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai.

Segundo a imunologista, a discussão sobre obrigatoriedade vacinal gera muitas dúvidas e desinformação. Neste momento, o melhor caminho para a escola é solicitar aos adultos, pais e funcionários, a carteira de vacinação não só contra a Covid-19, mas de outras doenças – uma rotina que já existe há décadas.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante que a vacinação das crianças é obrigatória quando recomendada pelas autoridades sanitárias, e também vale para a Covid-19. Porém, se a criança não estiver vacinada, ela não poderá ser impedida de frequentar a escola, já que toda a criança tem direito fundamental à educação.

Protocolos nas escolas

Recentemente, o Ministério da Educação elaborou um guia com protocolos de segurança para o retorno das atividades presenciais que dá atenção especial à educação infantil. Higiene das mãos, distanciamento entre mesas e cadeiras, uso de máscaras e capacitação dos profissionais são algumas recomendações descritas no documento.

De acordo com a Associação Brasileira de Educação Infantil (Asbrei), obrigatoriamente as escolas deverão seguir as determinações dos órgãos sanitários. Além disso, a entidade acredita que o cumprimento rigoroso dos protocolos até o momento garantiu a segurança de todos os integrantes da comunidade educativa nas instituições.

“Continuaremos cumprindo todos os protocolos de segurança e determinações dos órgãos sanitários dentro das escolas e atuando de acordo com as orientações das autoridades de educação e saúde. Acreditamos também no direito constitucional da criança à Educação, do qual ela não pode ser privada”, declara Frederico Venturini, vice-presidente da Asbrei.

Para Ballalai, apenas protocolos nas escolas não bastam. Os métodos de proteção devem ser seguidos principalmente fora da escola, com atenção e responsabilidade dos pais, para que as crianças não se contaminem e disseminem o vírus no ambiente escolar.

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