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Covid: posso sair do isolamento se após 10 dias ainda testei positivo?

Comunidade científica ainda não chegou a um consenso sobre pessoas que, mesmo sem sintomas, seguem com exame positivo para o coronavírus

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Homem segura autoteste de covid nas mãos-Metrópoles
1 de 1 Homem segura autoteste de covid nas mãos-Metrópoles - Foto: Getty Images

Um novo estudo feito pela Universidade da Califórnia São Francisco, nos Estados Unidos, publicado em formato pré-print, mostra que cerca de 20% das pessoas com Covid-19 na onda da Ômicron testaram positivo para o coronavírus 11 dias depois do início dos sintomas. O levantamento analisou dados de 63 mil pessoas e ainda não foi revisado pela comunidade científica.

A recomendação do governo brasileiro é que a pessoa assintomática deixe o isolamento cinco dias depois do contato com o infectado. Se apresentar sintomas, deve ficar em casa sete dias depois do exame positivo, desde que os sinais desapareçam. Caso não sumam, a indicação é permanecer isolado até o décimo dia.

Mas o que fazer se o teste continuar positivo no dia 10, mesmo que a pessoa esteja sem sintomas?

Ainda não há consenso na comunidade científica sobre o que fazer nessa situação. Enquanto alguns especialistas acreditam que o ideal é que o paciente continue isolado até testar negativo, outros defendem que não é necessário manter essas pessoas em casa indeterminadamente, pois não se sabe se elas são capazes de transmitir o vírus.

“Algumas pessoas podem não estar infecciosas no final da doença, mesmo apresentando teste de antígeno positivo (teste rápido), enquanto outros podem estar transmitindo o vírus mesmo com teste negativo”, explicou o imunologista Yonatan Grad, da Universidade de Harvard, em entrevista ao jornal The New York Times.

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Utilizado em diversos países, o autoteste de Covid está em pauta na Anvisa para ser liberado no Brasil ainda em janeiro. Segundo o Ministério da Saúde, esse tipo de exame pode ser importante para ajudar no controle do coronavírus
Diante da iminência da liberação, muitas pessoas no Brasil ainda não sabem como funciona o teste e nem como realizá-lo
O autotestes de Covid nada mais é que um exame capaz de buscar proteínas características da superfície do coronavírus. O teste é composto de anticorpos capazes de identificar estas proteínas. Ao encontrá-las, ele dá positivo
No caso de o resultado ser negativo e a pessoa estiver com sintomas característicos da infecção pelo vírus, especialistas afirmam que é preciso continuar investigando, principalmente se o paciente teve contato com outra pessoa infectada
Apesar de existirem diversas marcas de autotestes de Covid, o passo a passo é o mesmo na maioria dos exames domiciliares para detectar a doença
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O autoteste de Covid-19 é um exame rápido de antígeno que pode ser feito pela própria pessoa por meio da coleta do material no nariz com cotonete. O resultado sai de 15 a 20 minutos e é indicado para quem está apresentando os primeiros sintomas da doença

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Utilizado em diversos países, o autoteste de Covid está em pauta na Anvisa para ser liberado no Brasil ainda em janeiro. Segundo o Ministério da Saúde, esse tipo de exame pode ser importante para ajudar no controle do coronavírus

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Diante da iminência da liberação, muitas pessoas no Brasil ainda não sabem como funciona o teste e nem como realizá-lo

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O autotestes de Covid nada mais é que um exame capaz de buscar proteínas características da superfície do coronavírus. O teste é composto de anticorpos capazes de identificar estas proteínas. Ao encontrá-las, ele dá positivo

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No caso de o resultado ser negativo e a pessoa estiver com sintomas característicos da infecção pelo vírus, especialistas afirmam que é preciso continuar investigando, principalmente se o paciente teve contato com outra pessoa infectada

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Apesar de existirem diversas marcas de autotestes de Covid, o passo a passo é o mesmo na maioria dos exames domiciliares para detectar a doença

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Para uma maior eficácia, é necessário que as mãos estejam devidamente higienizadas

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O kit vem com cotonete, um pequeno tubo, uma solução aquosa e uma tira de testagem

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Caso apareça duas linhas vermelhas, uma ao lado de cada letra, o seu resultado foi positivo para coronavírus. Caso apareça apenas uma linha vermelha ao lado da letra C, o resultado foi negativo. No caso de nenhuma linha aparecer ou aparecer ao lado da letra T, o resultado foi inválido

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Todo o procedimento é simples e feito em poucos minutos. As marcas garantem 85% de eficácia na detecção do vírus. Se aprovado no Brasil, será necessário que o resultado seja registrado no SUS. Até o momento, não há definição quanto ao uso do autoteste no país. A Anvisa pediu mais dados ao Ministério da Saúde e adiou a decisão

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O infectologista José David Urbaez, presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, explica que não existe nenhuma recomendação para que o paciente faça exames para controlar a evolução da doença quando está assintomático. Segundo ele, essa possibilidade foi ponderada e descartada.

“Essa situação, do paciente saudável mas testando positivo, é uma exceção. Se a pessoa estiver sem sintomas, há 24 horas sem febre, via de regra, não está transmitindo o coronavírus. Em 90% dos casos, no décimo dia há uma diminuição de transmissão”, explica o médico.

Ele diz que a recomendação é fazer o acompanhamento clínico, com um médico, que pode indicar se o paciente ainda está transmitindo o vírus. Urbaez ensina que, em pessoas sem problemas no sistema imunológico, se o corpo conseguiu lidar com os sintomas, ele neutralizou os vírus capazes de transmitir a doença.

“Mas, se por alguma circunstância, o paciente fez o teste de antígeno e deu positivo, o ideal é ficar mais três dias isolado, e repetir o exame. Esse tipo de exame aponta a capacidade de infectar”, ensina.

Evolução da doença

Em geral, os pacientes com Covid-19 são considerados mais infecciosos nos dois dias antes do início dos sintomas e nos três dias seguintes. Porém, pessoas imunossuprimidas, ou com sistema imunológico enfraquecido, têm dificuldade em lidar com o vírus, e podem testar positivo por longos períodos — por isso, a indicação é que os indivíduos desse grupo se isolem por 20 dias caso sejam contaminados.

Os cientistas acreditam que outra possibilidade é que o paciente, se for considerado saudável, pode ter tido contato com uma quantidade muito alta do coronavírus e, por isso, demora mais tempo para eliminar o patógeno do organismo.

Outra consideração é a sensibilidade dos testes de antígeno: em alguns casos, eles podem estar detectando fragmentos do vírus que não são mais suficientes para contaminar outras pessoas. Mas existem situações em que o paciente pode realmente estar transmitindo o vírus.

Como o assunto é polêmico, a recomendação geral é tratar cada paciente como um caso diferente. O infectologista deve ser consultado, e o ideal é que o teste de antígeno seja usado como uma ferramenta, e não uma sentença.

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