“Covid persistente”: o que se sabe sobre os sintomas pós-coronavírus
A lista de sequelas deixadas pela Covid-19 em parte dos pacientes está aumentando e inclui problemas cardíacos, respiratórios e neurológicos
atualizado
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Após lutarem para entender sobre contágio, diagnóstico e tratamento, a comunidade médica se debruça sobre as sequelas deixadas pelo coronavírus, os sintomas apresentados pelos pacientes que sobreviveram à doença.
Alguns especialistas defendem o termo “covid persistente” para descrever o quadro de saúde de pessoas que se livraram do vírus, mas não recuperaram a condição física que tinham antes da doença.
Já é conhecido que a Covid-19 pode deixar danos neurológicos, pulmonares, cardíacos, vasculares e renais.
Parte dos pacientes – mesmo os que não tenham apresentado quadros graves da doença – também sentirão uma fadiga crônica, que vem sendo associada a perdas musculares, e terão episódios de desatenção e dificuldade de concentração.
“Ainda há muito a ser descoberto, mas já sabemos que, em muitos casos, a Covid-19 não acaba quando o vírus é eliminado do corpo”, afirma o infectologista David Urbaez, diretor científico da Sociedade de Infectologia do DF.
Fibrose pulmonar
De acordo com ele, uma das sequelas mais graves pós-Covid é a fibrose pulmonar, quando a capacidade respiratória do paciente é afetada por causa de um enrijecimento dos tecidos dos pulmões. “Ainda estamos avaliando se esse quadro é reversível ou não”, explica.
Para o sistema cardiovascular, as consequências pós-Covid podem ser inflamações que causariam problemas como arritmias ou insuficiência cardíaca. “Há a necessidade de acompanhamento, de avaliação periódica para evitar eventos adversos”, sugere Urbaez.
Doenças renais
Uma das poucas certezas sobre a “covid persistente” é que quanto mais comprometido o estado de saúde no qual a doença encontrou o paciente, pior pode ser sua manifestação.
Os pacientes que apresentam problemas nos rins podem evoluir para uma insuficiência renal. Os que têm problemas neurológicos estão sujeitos ao agravamento destes problemas.
“A maioria das pessoas se recupera bem, sem sequelas. Os casos preocupantes, que exigem mais atenção, são os de pessoas que já tinham algum comprometimento sério antes da doença”, afirma o infectologista Hélio Bacha, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.