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Covid: ocupação de UTIs para adultos cresce 143% após virada do ano

Após analisar UTIs de 24 estados, Fiocruz mostra que em 20 de dezembro foram 2.139 internações. Número saltou para 5.200 em 24 de janeiro

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1 de 1 emergencia uti covid - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Como previam os órgãos de saúde, houve um aumento de 143% nas taxas de internações de adultos em leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) destinados ao tratamento da Covid-19 no Brasil. O levantamento foi realizado entre 20 de dezembro de 2021 e 24 de janeiro de 2022 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que relaciona a alta à disseminação da variante Ômicron no país.

Os números mostram que em 20 de dezembro foram 2.139 hospitalizações, saltando para 5.200 em 24 de janeiro. Em seis estados além do Distrito Federal, o aumento acendeu o nível de alerta “crítico”, que corresponde a 80% de ocupação. São eles: Distrito Federal (98%), Rio Grande do Norte (83%), Goiás (82%), Piauí (82%), Pernambuco (81%), Espírito Santo (80%) e Mato Grosso do Sul (80%).

Outras 12 unidades da Federação (UF) estavam na faixa de ocupação entre 60% e 79%, ou seja, alerta “médio”. Sete se encontravam abaixo de 60%. Em 20 de dezembro, nenhuma UF passava dos 80%.

De acordo com a Fiocruz, os dados incluem internações por síndromes respiratórias agudas graves (SRAGs) causadas por outras doenças, mas a maioria acontece em decorrência da Covid-19. Em Pernambuco – estado em que a taxa de ocupação, de acordo com o levantamento, pulou de 56% para 81% –, a Secretaria de Saúde local informou que o aumento das internações por SRAG foi provocado principalmente pelo vírus H3N2, da gripe.

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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido
Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas
Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo
O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus
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Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron foi classificada pela OMS como de preocupação

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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento

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Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido

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Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas

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Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo

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O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus

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A primeira é que a variante tenha começado o desenvolvimento em meados de 2020, em uma população pouco testada, e só agora acumulou mutações suficientes para se tornar mais transmissível

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A segunda é que surgimento da Ômicron pode estar ligado ao HIV não tratado. A terceira, e menos provável, é que o coronavírus teria infectado um animal, se desenvolvido nele e voltado a contaminar um humano

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De qualquer forma, o sequenciamento genético mostra que a Ômicron não se desenvolveu a partir de nenhuma das variantes mais comuns, já que a nova cepa não tem mutações semelhantes à Alfa, Beta, Gama ou Delta

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Com medo de uma nova onda, países têm aumentado as restrições para conter o avanço da nova variante

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De acordo com documento da OMS, a Ômicron está em circulação em 110 países. Na África do Sul, ela vem se disseminando de maneira mais rápida do que a variante Delta, cuja circulação no país é baixa

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Mesmo em países onde o número de pessoas vacinadas é alto, como no Reino Unido, a nova mutação vem ganhando espaço rapidamente

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No Brasil, 32 casos foram registrados, segundo balanço divulgado no fim de dezembro pelo Ministério da Saúde

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Por conta da capacidade de disseminação da variante, a OMS orienta que pessoas se vacinem com todas as doses necessárias, utilizem corretamente máscaras de proteção e mantenham as mãos higienizadas

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A entidade ressalta ainda a importância de evitar aglomerações e recomenda que se prefiram ambientes bem ventilados

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Para os pesquisadores, os números são preocupantes, mas estão longe do que ocorreu no começo de 2021, quando explodiu a segunda onda da pandemia. A fundação e os secretários de Saúde enfatizam a importância da vacinação para estabilizar o sistema de saúde.

Taxa dos estados

O Distrito Federal registrou a maior taxa de ocupação de leitos em todo o país: 98% na última segunda-feira (24/1), de acordo com a Fiocruz. Um dia depois, o painel de monitoramento da capital mostrou 100% da capacidade na rede pública. No DF, a taxa de transmissão do vírus está em 2,24, significando que cada 100 infectados podem contaminar outras 224 pessoas.

Em Goiás, os leitos estão com 82% de ocupação. No Rio de Janeiro, houve um aumento de 529,9% na quantidade de pacientes em UTIs. Outros três estados com o maior crescimento no número de pacientes internados, segundo o levantamento da Fiocruz, são o Amazonas (410,6% entre 20 de dezembro e 24 de janeiro), o Acre (350%) e o Ceará (277%).

Variante Ômicron

A fundação acredita que a nova cepa Ômicron é a responsável pela alta. Entretanto, os técnicos da entidade apontam que a variante está produzindo internações com características diferentes das anteriores, com menor tempo nas unidades de saúde. As hospitalizações em geral não têm a mesma gravidade de outras variantes, mas pessoas idosas e com comorbidades continuam no grupo de risco. De qualquer forma, ela considera significativo o aumento de pacientes internados.

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