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Covid: obesidade acelera queda da resposta imune à vacina, diz estudo

Pesquisa realizada na Escócia demonstrou que infecções de escape ocorreram mais cedo em pessoas com obesidade grave

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1 de 1 Homem mede barriga hormônio obesidade - Metrópoles - Foto: Divulgação

A obesidade é uma das comorbidades que estão associadas ao desenvolvimento das formas graves de Covid-19, independente de outros fatores de risco – ao lado de diabetes, insuficiência cardíaca, doença renal crônica, entre outras. Agora, um novo estudo feito com mais de 3,5 milhões de pessoas sugere que a vacina contra a Covid-19 tem a eficácia dos anticorpos neutralizantes reduzida após 6 meses em pessoas com obesidade grave, aumentando os riscos de infecções de escape e ressaltando a necessidade de doses de reforço ou vacinação mais frequente entre essas pessoas.

O estudo foi feito pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, e primeiramente avaliou a relação entre índice de massa corporal (IMC), hospitalização e mortalidade entre 3,5 milhões de pessoas (sendo cerca de 650 mil delas com obesidade). Aqueles com obesidade grave (IMC > 40 kg/m2) que estavam vacinados com ao menos duas doses foram significativamente mais propensos a serem hospitalizados ou morrerem de Covid-19 – e o risco aumentou com o tempo desde a vacinação.

Os pesquisadores então fizeram um estudo prospectivo da resposta imune em uma coorte clínica de pessoas vacinadas com obesidade grave. E constataram que, em comparação com as pessoas de peso normal, seis meses após a segunda dose da vacina, os anticorpos neutralizantes estavam reduzidos no público com obesidade grave ou moderada. Ainda segundo o estudo, a capacidade de neutralização foi restaurada por uma terceira dose de vacina, mas novamente diminuiu mais rapidamente em pessoas com obesidade grave.

Resposta imune cai

O estudo demonstrou ainda que as infecções de escape ocorreram mais cedo quanto maior o grau de obesidade: cerca de 10 semanas após a segunda ou terceira dose da vacina em pessoas com obesidade grave; 15 semanas em pessoas obesas e 20 semanas naqueles com peso adequado. Segundo a pesquisa, a proteção da vacina diminuiu mais rapidamente à medida que o IMC aumentou.

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Ao contrário do que muitos pensam, a vacina, na verdade, não impede a contaminação, mas diminui as chances de casos mais graves que possam levar à morte. Por isso é importante continuar tomando as doses indicadas e manter os cuidados para prevenir a infecção
No Brasil, o recente aumento de casos de Covid-19 indica que estamos entrando em uma quarta onda da doença, especialmente devido à circulação de subvariantes mais transmissíveis da Ômicron
Alguns dos principais sintomas da Covid-19 em vacinados são: tosse, coriza e congestão nasal, fadiga e letargia, dor de garganta, dor de cabeça, dor muscular, febre e espirros
Segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), os infectados são, em sua maioria, jovens. Além disso, segundo epidemiologistas da instituição, os casos não estão gerando hospitalizações, mas devem ser acompanhados
A indicação continua sendo a mesma: ao apresentar alguns dos sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde para realizar o teste da doença. Outra opção é recorrer ao autoteste da Covid, que pode ser encontrado em farmácias. Em caso de resultado positivo, manter o isolamento
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Mesmo em países com alta taxa de imunização, os vacinados podem ser infectados pela Covid-19. Apesar do que possa parecer, isso não significa que os imunizantes não funcionam

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Ao contrário do que muitos pensam, a vacina, na verdade, não impede a contaminação, mas diminui as chances de casos mais graves que possam levar à morte. Por isso é importante continuar tomando as doses indicadas e manter os cuidados para prevenir a infecção

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No Brasil, o recente aumento de casos de Covid-19 indica que estamos entrando em uma quarta onda da doença, especialmente devido à circulação de subvariantes mais transmissíveis da Ômicron

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Alguns dos principais sintomas da Covid-19 em vacinados são: tosse, coriza e congestão nasal, fadiga e letargia, dor de garganta, dor de cabeça, dor muscular, febre e espirros

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Segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), os infectados são, em sua maioria, jovens. Além disso, segundo epidemiologistas da instituição, os casos não estão gerando hospitalizações, mas devem ser acompanhados

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A indicação continua sendo a mesma: ao apresentar alguns dos sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde para realizar o teste da doença. Outra opção é recorrer ao autoteste da Covid, que pode ser encontrado em farmácias. Em caso de resultado positivo, manter o isolamento

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O autoteste é um exame rápido de antígeno que pode ser feito pela própria pessoa por meio da coleta do material no nariz com cotonete. O resultado sai de 15 a 20 minutos e é indicado para quem está apresentando os primeiros sintomas da doença

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Como a imunidade adquirida pela vacinação normalmente declina entre seis e nove meses após a segunda dose, muitos países optaram pela aplicação das doses de reforço, especialmente para os idosos e imunossuprimidos – inclusive o Brasil, que atualmente está vacinando a população com mais de 30 anos com a quarta dose da vacina contra o Sars-CoV-2.

“Sabemos que a obesidade é considerada como fator de risco para o desfecho desfavorável da Covid-19, possivelmente associada a algumas causas como estado pró inflamatório e desequilíbrio hormonal levando ao prejuízo da resposta celular, capacidade funcional pulmonar reduzida, alta carga viral e tempo prolongado de transmissão viral. E, por isso, reiteramos a importância da vacinação e dos reforços na população com fatores de risco para evolução desfavorável da doença, como os imunossuprimidos e idosos”, ressaltou a infectologista Priscilla Yoshiko Sawada, do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia.

Vacinar é importante

Segundo Priscilla, o teste de anticorpos neutralizantes tem como objetivo analisar, de forma qualitativa e quantitativa, os anticorpos responsáveis por impedir a ligação do vírus ao receptor das nossas células. “Apesar de o estudo demonstrar que houve redução maior dos anticorpos neutralizantes na população obesa de forma mais precoce comparada às demais, sabemos que um resultado considerado não reagente para anticorpos neutralizantes [abaixo do limite estabelecido pelo laboratório] não necessariamente indica ausência de resposta à vacina, uma vez que os testes não são capazes de avaliar a função dos anticorpos existentes e também não se sabe o valor considerado ideal para proteção”, afirmou.

Vale ressaltar também que a resposta às vacinas não depende apenas da imunidade humoral (aquela dependente de anticorpos), mas também da imunidade celular (para o qual não dispomos de testes para análise). “Ainda assim, esse é um estudo interessante pois avalia de forma objetiva a durabilidade dos anticorpos pós vacinação”, completou. (Com informações da Agência Einstein

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