Covid: o que falta para 4ª dose da vacina chegar a todos os adultos?
Ministério da Saúde indica 2ª dose de reforço para população a partir de 40 anos, mas 19 unidades da federação já aplicam abaixo do patamar
atualizado
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Dois meses depois de ter ampliado a quarta dose da vacina contra Covid para o grupo de pessoas com até 40 anos, o Ministério da Saúde não confirma se estenderá a campanha de imunização com a segunda dose de reforço para os grupos mais jovens.
Entre os estados brasileiros, o público elegível para a 4ª dose varia bastante. Até aqui, oito estados vacinam apenas as pessoas com mais de 40 – entre eles Amapá, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Roraima e Tocantins. Outros 11 estão imunizando toda a população adulta (com 18 anos ou mais), como Amazonas, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo. Em sete estados e no Distrito Federal, a indicação alcança grupos de 30 ou 35 anos.
A quarta dose de vacinas contra a Covid-19 vem sendo aplicada no Brasil desde meados de maio, quando o Ministério da Saúde passou a recomendar um segundo reforço para todas as pessoas com 60 anos ou mais – o grupo foi considerado prioritário por conta da queda da resposta imunológica comprovada em pesquisas. Em seguida, de acordo com deliberações do Programa Nacional de Imunizações, a faixa etária foi caindo até ficar estagnar em 40 anos.
Apesar de as novas versões do coronavírus serem mais contagiosas que as anteriores e a variante Ômicron ter provocado uma onda de reinfecções em vários países, ainda não há consenso se existe a necessidade de uma 4ª dose de vacinas para todas as faixas etárias.
A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, explica que, por enquanto, é mais importante garantir a 4ª dose para os grupos com o sistema imunológico mais debilitado do que ampliar a campanha de vacinação com doses de reforço para outras faixas etárias. “A gente entende que, abaixo dos 40 anos, por não ser um grupo de alto risco, não adianta ficar fazendo mais doses sem uma avaliação baseada no perfil individual”, afirma Ballalai.
Toda a população adulta brasileira receberá a 4ª dose?
Ainda não há previsão de data prevista para que o PNI inclua pessoas com menos de 40 anos no calendário de imunização. Em nota, o Ministério da Saúde informou que “a Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI) mantém as discussões referentes às alterações e ampliações do esquema vacinal para novos grupos, de acordo com as evidências científicas e o cenário epidemiológico, que são acompanhados diariamente pela pasta”.
Dados epidemiológicos de segunda-feira (15/8) mostram que a média móvel de novos casos de Covid-19 nos últimos sete dias chegou a 20.354, uma variação de -38% em 14 dias. A média móvel de mortes em uma semana é de 209, com variação de -2% em 14 dias.
A 4ª dose é recomendada para todos?
Estudos mostram que os níveis de anticorpos gerados pelas vacinas contra Covid-19 começam a cair dentro de um intervalo de quatro a seis meses. O reforço vacinal é uma estratégia para manter a defesa do corpo em níveis altos.
Pesquisas comprovam que a quarta dose da vacina aumenta significativamente a proteção contra a doença em idosos e pessoas com condições pré-existentes que atrapalham a resposta imunológica. Dados de um estudo encomendado pelo governo do Reino Unido, publicado em maio na revista científica Lancet Infectious Diseases, mostraram que a quarta dose das vacinas de mRNA – Pfizer/BioNTech e Moderna – aumentou em 2,2 vezes o nível de anticorpos e em até sete vezes a quantidade de células T de vacinados com idades entre 50 e 80 anos.
No entanto, ainda não há evidências que apoiem a aplicação da 4ª dose para toda a população, como lembra a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai. “A terceira dose é indicada para todos. A quarta, quinta, apenas para os que precisam”, afirma.
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