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Cientistas descrevem sintoma surpreendente da Covid longa

Artigo publicado na The Lancet detalha caso de homem de 33 anos que teve Covid há 18 meses e sofre com problema nas pernas

atualizado

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Divulgação/Universidade de Leeds
Duas fotos de pernas de homem com cores diferentes - Metrópoles
1 de 1 Duas fotos de pernas de homem com cores diferentes - Metrópoles - Foto: Divulgação/Universidade de Leeds

Um sintoma raro de Covid longa chamou atenção de pesquisadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido. Em um artigo publicado na revista The Lancet, no sábado (12/8), eles contam o caso de um homem de 33 anos que apresenta as pernas roxas quando está de pé.

O paciente, que não teve o nome divulgado, recebeu o diagnóstico de Covid-19 há 18 meses. No início do ano, ele buscou ajuda se queixando de dores nas pernas. Disse que os membros inferiores estavam sempre pesados e dormentes, e que sentia formigamentos e coceiras na região.

Além disso, quando o paciente se levantava, as pernas dele mudavam de cor, ficando com uma coloração azulada que, em seguida, evoluia para o roxo.

A cor das pernas voltava ao normal e os sintomas diminuíam quando ele se deitava. Exames de laboratório mostraram concentração normal de proteína C reativa, velocidade de hemossedimentação normal e anticorpos antinucleares negativos e níveis normais de imunoglobulina.

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As pernas dele mudam de cor
Até chegar a um tom arroxeado
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Fotos mostram a evolução do sintoma assim que o homem se levanta

Universidade de Leeds/ Divulgação
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As pernas dele mudam de cor

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Até chegar a um tom arroxeado

Universidade de Leeds/ Divulgação

Covid longa

Nos meses após a infecção pelo coronavírus, o paciente também se queixou de cansaço desproporcional ao esforço feito, dor muscular, distúrbios do sono, dificuldades visuais, disfunção sexual e nevoeiro cerebral.

Considerando os sinais e sintomas do paciente, os médicos o diagnosticaram com disautonomia secundária à infecção pelo coronavírus associada à Covid longa. A disautonomia é uma doença que afeta o sistema nervoso autônomo, responsável por comandar ações automáticas, como as batidas do coração, a circulação sanguínea, a pressão arterial e os movimentos do intestino.

A disautonomia pode ser primária, devido a uma doença do sistema nervoso autônomo, ou secundária, devido a uma doença que causa danos secundários ao sistema nervoso autônomo.

“A descoloração da perna se devia ao acúmulo venoso e isquemia cutânea. Recomendamos que ele aumente a ingestão de líquidos, aumente a ingestão de sal e faça exercícios de fortalecimento muscular“, escreveram os autores do artigo.

O paciente também foi diagnosticado com síndrome de taquicardia ortostática postural (POTS), uma síndrome de disautonomia em que os pacientes apresentam intolerância ortostática (uma condição de regulação anormal da pressão arterial quando em pé), com aumento excessivo da frequência cardíaca e sintomas de tontura e palpitações. De acordo com os médicos, o início do quadro pode se dar por uma infecção viral.

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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo
Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais
Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar
A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus
Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo
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Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada

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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo

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Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais

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Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar

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A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus

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Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo

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Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma "segunda onda" dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo

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Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia

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Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecção, uma covid longa

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Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram Covid-19 para chegar às complicações mais comuns

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O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52%

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Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedade

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O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonar

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Em entrevista ao jornal Metro, o co-autor do estudo Manoj Sivan, pesquisador da Universidade de Leeds, alertou sobre a necessidade de informar a população sobre a Covid longa para que os pacientes busquem por ajuda especializada.

“Os pacientes que experimentam sintomas assim podem não estar cientes sobre a possibilidade de estarem diante de uma sequela da Covid longa”, disse Manoj.

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