Os cientistas do Rigshospitalet, na Dinamarca, analisaram dados de 44 mil indivíduos com idades entre zero a 14 anos, sendo que 11 mil foram infectados pelo coronavírus. Segundo os pesquisadores, um terço experimentou pelo menos um sintoma de longo prazo que não existia antes da infecção.
Os cientistas também observaram que os sinais mais comuns da Covid longa variam conforme a idade. Em crianças até três anos, os mais frequentes são mudanças de humor, alergias e dor de estômago.
Na faixa etária entre 4 e 11 anos, problemas de memória e concentração são predominantes. Em adolescentes entre 12 e 14 anos, os sintomas mais comuns são mudanças de humor, distúrbios de memória e concentração, e fadiga.
“Nossos achados estão alinhados com estudos prévios sobre a Covid longa em adolescentes. Apesar da chance das crianças de ter o problema ser especialmente baixa, deve ser reconhecida e tratada com seriedade”, explica a professora de cardiologia Selina Kikkenborg Berg, uma das autoras do estudo, em entrevista à CNN Internacional.
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Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada
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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo
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Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais
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Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar
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A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus
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Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo
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Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma "segunda onda" dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo
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Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia
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Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecção, uma covid longa
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Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram Covid-19 para chegar às complicações mais comuns
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O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52%
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Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedade
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O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonar
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A pediatra Amy Edwards, que não participou do estudo, afirma que os resultados são importantes para provar que a Covid longa pode afetar crianças e que é essencial vaciná-las contra o coronavírus.
“Está cada vez mais claro que não é um fenômeno isolado, resultados assim estão aparecendo em estudos de vários países. A Covid longa está acontecendo em mais crianças do que achávamos anteriormente”, afirma.
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