Covid longa: pesquisa aponta fibrose no fígado como novo sintoma
Estudo realizado nos EUA mostra que pacientes infectados com o coronavírus apresentam maior rigidez no fígado que os não infectados
atualizado
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Pesquisadores dos Estados Unidos identificaram que pacientes infectados pela Covid-19 têm maior chance de ter o fígado enrijecido do que pessoas não infectadas. O trabalho foi apresentado no congresso anual da Radiological Society of North America, que está sendo realizado nesta semana no país norte-americano.
O estudo aponta o enrijecimento do fígado como um novo sinal de Covid longa. Principal autora do trabalho, a pesquisadora Firouzeh Heidari, do Hospital Geral de Massachusetts, afirma que a descoberta comprova que os danos causados pela Covid persistem por muito tempo. O enrijecimento do fígado pode levar a lesões hepáticas depois da fase aguda da infecção viral.
A rigidez do fígado identificada sugere que a infecção pode lesionar o tecido do órgão, seja por inflamação ou fibrose (acúmulo de tecido durante cicatrização). Em casos graves de fibrose, o quadro do paciente pode evoluir para câncer ou insuficiência hepática.
“No momento, estamos investigando se a gravidade dos sintomas agudos relacionados à Covid-19 prevê agravamento da lesão no fígado a longo prazo. Esperamos enriquecer nosso banco de dados existente com informações adicionais de pacientes. Além disso, teremos mais variáveis para entender os efeitos pós-agudos do Covid-19 no fígado”, afirma a pesquisadora.
Análise dos pacientes
Durante o trabalho, os estudiosos compararam pacientes que tiveram Covid-19 com dois grupos de controle – ou seja, que nunca tiveram o coronavírus. Cada um dos 131 indivíduos passou por um exame de ultrassom conhecido como elastografia da onda de cisalhamento, a análise avaliar o grau de fibrose hepática dos pacientes.
O primeiro grupo de controle havia realizado elastografia antes da pandemia; o segundo, depois da fase crítica. Já os participantes do grupo da Covid-19 haviam testado positivo para o vírus pelo menos 44 semanas antes de passarem pelo exame.
Pacientes que tiveram Covid-19 apresentaram uma rigidez média do fígado de 7.68 kPa. Enquanto isso, a média das pessoas nos grupos de controle foi de 5.99 kPa, que é considerada normal.
Apesar dos resultados identificados, os pesquisadores ainda não sabem se a rigidez encontrada irá provocar efeitos adversos a longo prazo nos pacientes com Covid-19.
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