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Covid: 25% dos brasileiros só completarão vacinas se os casos subirem

Pesquisa feita pelo Ipec mostra as razões de a população hesitar a tomar as vacinas contra a Covid: 20% dizem que não se vacinariam nunca

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Prefeitura de Goiânia disponibiliza drive-thru de vacinação no estacionamento do Estádio Serra Dourada. A imunização contra CoViD-19 e Influenza na primeira etapa, até o dia 30/04, é direcionada a idosos a partir de 60 anos, além de trabalhadores da área da saúde. A vacina contra a Influenza é trivalente e é eficaz contra as cepas H1N1, H3N2 e tipo B
1 de 1 Prefeitura de Goiânia disponibiliza drive-thru de vacinação no estacionamento do Estádio Serra Dourada. A imunização contra CoViD-19 e Influenza na primeira etapa, até o dia 30/04, é direcionada a idosos a partir de 60 anos, além de trabalhadores da área da saúde. A vacina contra a Influenza é trivalente e é eficaz contra as cepas H1N1, H3N2 e tipo B - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Apesar dos riscos de não se vacinar contra a Covid-19 estarem muito claros, uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (7/12) mostrou que um em cada quatro brasileiros só planeja completar seu esquema vacinal contra a doença caso ocorra um aumento de casos ou se a pandemia voltar a níveis registrados anteriormente.

Considerar a Covid-19 como um “mal menor” é a razão mais frequentemente alegada pelos brasileiros para não tomar suas doses de reforço. O Ministério da Saúde recomenda o mínimo de quatro doses a todos os brasileiros.

A pesquisa foi feita pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), a pedido da farmacêutica Pfizer, e entrevistou 1,8 mil brasileiros de 18 a 59 anos de 106 municípios em seis estados do país para saber os níveis de preocupação com a doença.

Todos os participantes tinham no máximo três doses da vacina contra a Covid-19 aplicadas. Eles foram divididos também entre os com filhos (48%) e sem (52%) para avaliar a forma com que planejavam a imunização da família.

Menos medo da Covid

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, apenas 20% da população que poderia ter tomado a vacina bivalente em 4ª dose (a partir dos 12 anos), o fez. Em idosos, o índice chega a 40%, mas entre os menores de idade, não passa de 10%.

“As vacinas são vítimas de seu próprio sucesso: como os casos caíram e as mortes também, o medo diminui. Mas não podemos esquecer que o imunizante contra a Covid-19 não só salva vidas, como também permite o controle da doença e evita o surgimento de novas variantes”, explica o infectologista Alexandre Naime, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Um dado revelado pela pesquisa é que 20% dos respondentes afirma que não completaria a carteirinha de vacinação em nenhuma hipótese. Esta resposta é mais frequente entre as pessoas com menor escolaridade e renda.

O infectologista comenta que é um risco abandonar a imunização. “De fato, não temos o mesmo impacto em internações e mortes, mas o vírus segue circulando e não podemos acreditar que só as primeiras vacinas seguirão garantindo a nossa imunidade”, diz.

Outras razões apontadas pelos brasileiros para justificar a hesitação para atualizar suas doses de vacina, são:

  • 14% alegaram não ter tempo de ir aos postos de saúde;
  • 11% disseram que buscavam se vacinar apenas nas doses obrigatórias;
  • 7% declararam não ter acesso a postos de vacinação e a mesma quantidade de pessoas afirmaram que não confiavam nas vacinas.

Hesitação também nas vacinas para crianças

Praticamente metade dos entrevistados (48%) têm filhos com mais de 6 meses até 17 anos ou é responsável por alguém nessa faixa de idade, que poderia ser imunizada contra a Covid-19.

A maioria dos filhos (59%) dos entrevistados tomou pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19, mas muitos hesitam em completar o esquema por medo das reações e efeitos da vacina (20%) e também há a ideia errada de que não há necessidade de vacinar crianças (10%).

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A dose de reforço deve ser administrada com um intervalo mínimo de quatro meses após o indivíduo completar o esquema vacinal inicial. A aplicação extra serve para aumentar a quantidade de células de memória e fortalecer, ainda mais, os anticorpos que elas produzem
Especialistas destacam que uma das principais medidas proporcionadas pela dose de reforço consiste na ampliação da resposta imune. A terceira dose ocasiona o aumento da quantidade de anticorpos circulantes no organismo, o que reduz a chance de a pessoa imunizada ficar doente
Aos idosos e aos imunossuprimidos, a dose de reforço amplia a efetividade da imunização, uma vez que esses grupos não desenvolvem resposta imunológica adequada
Outra medida importante é a redução da chance de infecção em caso de novas variantes.  O anticorpo promovido pela vacina é direcionado para a cepa que deu origem à fórmula e, nesse processo, as pessoas também produzem anticorpos que possuem diversidade. Quanto maior o alcance das proteínas que defendem o organismo, maior é a probabilidade que alguns se liguem à variante nova
O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e membro do Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Renato Kfouri afirma que o esquema de mistura de vacinas de laboratórios diferentes é uma
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Diante do cenário de pandemia e da ampliação da dose de reforço, algumas pessoas ainda se perguntam qual é a importância da terceira dose da vacina contra a Covid-19

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A dose de reforço deve ser administrada com um intervalo mínimo de quatro meses após o indivíduo completar o esquema vacinal inicial. A aplicação extra serve para aumentar a quantidade de células de memória e fortalecer, ainda mais, os anticorpos que elas produzem

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Especialistas destacam que uma das principais medidas proporcionadas pela dose de reforço consiste na ampliação da resposta imune. A terceira dose ocasiona o aumento da quantidade de anticorpos circulantes no organismo, o que reduz a chance de a pessoa imunizada ficar doente

Tomaz Silva/Agência Brasil
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Aos idosos e aos imunossuprimidos, a dose de reforço amplia a efetividade da imunização, uma vez que esses grupos não desenvolvem resposta imunológica adequada

Hugo Barreto/Metrópoles
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Outra medida importante é a redução da chance de infecção em caso de novas variantes. O anticorpo promovido pela vacina é direcionado para a cepa que deu origem à fórmula e, nesse processo, as pessoas também produzem anticorpos que possuem diversidade. Quanto maior o alcance das proteínas que defendem o organismo, maior é a probabilidade que alguns se liguem à variante nova

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O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e membro do Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Renato Kfouri afirma que o esquema de mistura de vacinas de laboratórios diferentes é uma

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Um estudo conduzido pela University Hospital Southampton NHS Foundation Trust, no Reino Unido, mostrou que pessoas que receberam duas doses da AstraZeneca tiveram um aumento de 30 vezes nos níveis de anticorpos após reforço da vacina da Moderna, e aumento de 25 vezes com o reforço da Pfizer

Arthur Menescal/Especial Metrópoles
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As reações à dose de reforço são semelhantes às duas doses anteriores. É esperado que ocorram sintomas leves a moderados, como cansaço excessivo e dor no local da injeção. Porém, há também relatos de sintomas que incluem vermelhidão ou inchaço local, dor de cabeça, dor muscular, calafrios, febre ou náusea

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Vale ressaltar que o uso de três doses tem o principal objetivo de diminuir a quantidade de casos graves e o número de hospitalizações por Covid-19

Vinícius Schmidt/Metrópoles

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