Covid: 25% dos brasileiros só completarão vacinas se os casos subirem
Pesquisa feita pelo Ipec mostra as razões de a população hesitar a tomar as vacinas contra a Covid: 20% dizem que não se vacinariam nunca
atualizado
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Apesar dos riscos de não se vacinar contra a Covid-19 estarem muito claros, uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (7/12) mostrou que um em cada quatro brasileiros só planeja completar seu esquema vacinal contra a doença caso ocorra um aumento de casos ou se a pandemia voltar a níveis registrados anteriormente.
Considerar a Covid-19 como um “mal menor” é a razão mais frequentemente alegada pelos brasileiros para não tomar suas doses de reforço. O Ministério da Saúde recomenda o mínimo de quatro doses a todos os brasileiros.
A pesquisa foi feita pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), a pedido da farmacêutica Pfizer, e entrevistou 1,8 mil brasileiros de 18 a 59 anos de 106 municípios em seis estados do país para saber os níveis de preocupação com a doença.
Todos os participantes tinham no máximo três doses da vacina contra a Covid-19 aplicadas. Eles foram divididos também entre os com filhos (48%) e sem (52%) para avaliar a forma com que planejavam a imunização da família.
Menos medo da Covid
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, apenas 20% da população que poderia ter tomado a vacina bivalente em 4ª dose (a partir dos 12 anos), o fez. Em idosos, o índice chega a 40%, mas entre os menores de idade, não passa de 10%.
“As vacinas são vítimas de seu próprio sucesso: como os casos caíram e as mortes também, o medo diminui. Mas não podemos esquecer que o imunizante contra a Covid-19 não só salva vidas, como também permite o controle da doença e evita o surgimento de novas variantes”, explica o infectologista Alexandre Naime, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Um dado revelado pela pesquisa é que 20% dos respondentes afirma que não completaria a carteirinha de vacinação em nenhuma hipótese. Esta resposta é mais frequente entre as pessoas com menor escolaridade e renda.
O infectologista comenta que é um risco abandonar a imunização. “De fato, não temos o mesmo impacto em internações e mortes, mas o vírus segue circulando e não podemos acreditar que só as primeiras vacinas seguirão garantindo a nossa imunidade”, diz.
Outras razões apontadas pelos brasileiros para justificar a hesitação para atualizar suas doses de vacina, são:
- 14% alegaram não ter tempo de ir aos postos de saúde;
- 11% disseram que buscavam se vacinar apenas nas doses obrigatórias;
- 7% declararam não ter acesso a postos de vacinação e a mesma quantidade de pessoas afirmaram que não confiavam nas vacinas.
Hesitação também nas vacinas para crianças
Praticamente metade dos entrevistados (48%) têm filhos com mais de 6 meses até 17 anos ou é responsável por alguém nessa faixa de idade, que poderia ser imunizada contra a Covid-19.
A maioria dos filhos (59%) dos entrevistados tomou pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19, mas muitos hesitam em completar o esquema por medo das reações e efeitos da vacina (20%) e também há a ideia errada de que não há necessidade de vacinar crianças (10%).
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