Covid: efeito rebote após Paxlovid é ligado à resposta imune robusta
Exames de sangue mostraram que os pacientes que experimentam retorno dos sintomas após tratamento tinham níveis de anticorpos mais altos
atualizado
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Um dos únicos medicamentos aprovados para lidar com a infecção leve pelo coronavírus, o antiviral Paxlovid, fabricado pela Pfizer, se tornou o centro de uma polêmica nas últimas semanas. Alguns pacientes relataram o ressurgimento dos sintomas da Covid-19 mesmo após o fim da infecção, o que abriu uma discussão sobre a eficácia do tratamento. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, é um dos indivíduos que voltou a sentir sintomas da Covid-19 após ser medicado com o Paxlovid em julho deste ano.
Para resolver a questão, um novo estudo feito no National Institutes of Health’s Clinical Center, do governo dos Estados Unidos, mostra que o efeito rebote pode estar relacionado a uma resposta imune robusta, e não fraca, como se imaginou.
De acordo com o levantamento, publicado nessa quinta-feira (6/10) na revista Clinical Infectious Diseases, o medicamento não impede a resposta imune em algumas pessoas. Os sintomas de rebote podem ser parcialmente impulsionados por uma resposta robusta ao vírus residual no trato respiratório.
“Nossas descobertas sugerem que uma resposta imune mais robusta, em vez de replicação viral descontrolada, caracteriza esses rebotes clínicos”, escreveram os autores do artigo.
Estudo
A pesquisa contou com a participação de oito pacientes do instituto norte-americano. Seis deles viram os sintomas da Covid-19 retornarem depois do uso do Paxlovid e dois tinham sinais da infecção após aparente recuperação sem o uso do medicamento.
Eles foram comparados a um grupo de seis pessoas diagnosticadas com a doença, mas que não tiveram o retorno dos sintomas. Todos os voluntários tinham completado o ciclo vacinal com o imunizante contra a Covid-19, incluindo os reforços.
Os pacientes do grupo que tomou o Paxlovid apresentaram melhora significativa dos sintomas após o uso do medicamento e antes do retorno dos sinais da infecção. Quatro deles desenvolveram sintomas mais leves na segunda vez, um teve o mesmo nível de gravidade e um relatou problemas mais sérios em comparação à infecção inicial. Nenhum deles precisou de tratamento adicional ou hospitalização.
Exames de sangue feitos durante a fase de infecção aguda e de rebote dos sintomas mostraram que todos os voluntários desenvolveram resposta imune robusta contra a doença, mas aqueles que sofreram com o retorno dos sintomas tinham níveis de anticorpos mais altos.
Os pesquisadores concluíram que tomar um curso mais longo do medicamento – além dos cinco dias recomendados em bula – não é necessário para reduzir o risco do retorno dos sintomas. (Com informações da agência Reuters)
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