Ter tido Covid duplica o risco de ataque cardíaco e derrame
Segundo estudo, pessoas que tiveram Covid apresentan um risco duas vezes maior de sofrer eventos cardíacos graves e derrames
atualizado
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Ter tido Covid dobra o risco de ataque cardíaco, derrame ou morte prematura, de acordo com uma nova pesquisa liderada pela Cleveland Clinic, importante centro médico dos Estados Unidos.
De acordo com o estudo, pessoas que tiveram Covid apresentaram uma probabilidade duas vezes maior de ter um evento cardíaco grave ou um derrame em até três anos após a doença. O risco foi ainda maior para indivíduos que foram hospitalizados por conta da doença respiratória.
Publicado na revista Arteriosclerosis, Thrombosis, and Vascular Biology nesta quarta-feira (9/10), o estudo usou informações de 10.005 pessoas que tiveram Covid e 217.730 pessoas não infectadas. Os dados vieram do UK Biobank.
“Mais de um bilhão de pessoas no mundo todo já tiveram Covid. As descobertas relatadas não são um efeito pequeno em um pequeno subgrupo”, disse o coautor do estudo Stanley Hazen, professor da Cleveland Clinic. “Os resultados incluíram quase um quarto de milhão de pessoas e apontam para uma descoberta de importância global para a saúde que promete se traduzir em um aumento nas doenças cardiovasculares globalmente”, completou.
Tipos sanguíneos
O estudo também achou uma associação entre o tipo sanguíneo e o risco aumentado para eventos cardiovasculares pós-Covid. Os dados sugerem que o risco de ataques cardíacos e derrames foi maior entre pacientes com Covid que tinham os tipos sanguíneos A, B ou AB. Pesquisas anteriores mostraram que pessoas com esses tipos sanguíneos também eram as mais suscetíveis à doença.
O grupo sugere que mais pesquisas sejam realizadas para desvendar se há alguma interação entre o vírus e a parte do código genético que determina o tipo sanguíneo.
“Essas descobertas revelam que, embora seja uma infecção do trato respiratório superior, a Covid tem uma variedade de implicações para a saúde e ressaltam que devemos considerar o histórico de infecção anterior por Covid ao formular planos e metas preventivas de doenças cardiovasculares”, afirmou Hazen, em comunicado à imprensa.
Por que o risco aumenta
A infecção por Covid gera uma inflamação sistêmica que pode gerar lesões nos tecidos que revestem os vasos sanguíneos, incluindo artérias, veias e câmaras do coração.
Pesquisas anteriores também constataram edemas (inchaço causado por acúmulo de líquidos) nas células do músculo cardíaco. Os danos podem causar arritmia cardíaca nos pacientes, o que aumenta o risco de parada cardíaca.
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