A nova mutação foi descrita em artigo publicado na plataforma medRxiv em versão pré-print, que ainda precisa passar pela revisão de pares, em 10 de dezembro de 2021. Os cientistas afirmam, entretanto, que a descoberta não é motivo para alarme, pois até agora a nova variante não apresenta sinais de que seja mais perigosa que as outras cepas do vírus.
Um conjunto de 12 casos da B.1.640.2 foi confirmado perto da área de Marselha, no sul da França. Os cientistas definem a nova variante como uma “combinação atípica” com 46 mutações e 37 supressões.
“Nós realmente temos vários casos dessa nova variante na área geográfica de Marselha. A denominamos de variante IHU. Dois novos genomas acabam de ser apresentados”, escreveu o professor Philippe Colson, chefe do departamento que descobriu a cepa.
De acordo com o artigo, o primeiro caso foi um homem totalmente vacinado que havia retornado em novembro de uma viagem a Camarões, na África. Ele teria apresentado apenas sintomas respiratórios leves.
Mutações da nova variante
Testes laboratoriais mostraram que a nova variante possui as mutações E484K, que torna o vírus mais resistente às vacinas, e a N501Y, originalmente descoberta na variante Alpha, associada a maior transmissibilidade. Os cientistas afirmam que ainda é cedo para especular sobre as características virológicas, epidemiológicas ou clínicas da variante.
“O achado mostra, mais uma vez, a imprevisibilidade do aparecimento de novas variantes de Sars-CoV-2 e da sua introdução a partir do exterior”, registraram os autores da pesquisa.
Saiba mais sobre a cepa Ômicron
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Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron foi classificada pela OMS como de preocupação
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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
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Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido
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Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas
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Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo
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O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus
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A primeira é que a variante tenha começado o desenvolvimento em meados de 2020, em uma população pouco testada, e só agora acumulou mutações suficientes para se tornar mais transmissível
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A segunda é que surgimento da Ômicron pode estar ligado ao HIV não tratado. A terceira, e menos provável, é que o coronavírus teria infectado um animal, se desenvolvido nele e voltado a contaminar um humano
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De qualquer forma, o sequenciamento genético mostra que a Ômicron não se desenvolveu a partir de nenhuma das variantes mais comuns, já que a nova cepa não tem mutações semelhantes à Alfa, Beta, Gama ou Delta
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Com medo de uma nova onda, países têm aumentado as restrições para conter o avanço da nova variante
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De acordo com documento da OMS, a Ômicron está em circulação em 110 países. Na África do Sul, ela vem se disseminando de maneira mais rápida do que a variante Delta, cuja circulação no país é baixa
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Mesmo em países onde o número de pessoas vacinadas é alto, como no Reino Unido, a nova mutação vem ganhando espaço rapidamente
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No Brasil, 32 casos foram registrados, segundo balanço divulgado no fim de dezembro pelo Ministério da Saúde
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Por conta da capacidade de disseminação da variante, a OMS orienta que pessoas se vacinem com todas as doses necessárias, utilizem corretamente máscaras de proteção e mantenham as mãos higienizadas
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A entidade ressalta ainda a importância de evitar aglomerações e recomenda que se prefiram ambientes bem ventilados
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