Covid: cada R$ 1 gasto em vacina gerou R$ 9 em impacto positivo no PIB
Foram investidos R$ 21,7 bilhões na campanha de imunização, o que representou cerca de 8% dos gastos totais do governo com a pandemia
atualizado
Compartilhar notícia
Um estudo encomendado pela farmacêutica Pfizer mostra que cada real gasto pelo governo brasileiro para vacinar a população contra a Covid-19 foi revertido em R$ 9 no Produto Interno Bruto (PIB).
A pesquisa foi realizada pelo economista Gesner de Oliveira, que é professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com ele, já era esperado que a imunização permitisse a retomada econômica do país, mas o valor encontrado ao realizar o cálculo foi surpreendente.
Em 2021, foram investidos R$ 21,7 bilhões na campanha de vacinação contra a Covid, o que representou cerca de 8% dos gastos totais do governo justificados pela emergência de saúde pública. De acordo com o trabalho, esse valor gerou R$ 200 bilhões para o PIB.
“Vacinar é um excelente investimento de saúde pública e, inclusive, resolve a contradição presente no início da pandemia entre a necessidade de gerar renda e a de proteger a saúde”, afirmou Gesner, durante coletiva de imprensa na qual os resultados do estudo foram anunciados à imprensa.
O cálculo de quanto a vacinação rendeu em benefícios econômicos foi feito tomando por base o aumento da mobilidade nas cidades proporcionado a partir do início da imunização. Essas informações foram moduladas com os números sobre a recuperação econômica do país – como os indicadores de emprego e renda, que foram extremamente impactados pela pandemia.
Mortes evitadas
Outra vertente do mesmo trabalho, calculou que a vacinação contra Covid evitou, ao menos, 500 mortes por dia só nos primeiros quatro meses após a campanha de imunização ter sido iniciada. Nos quatro meses seguintes, ao menos mil mortes foram evitadas por dia.
“Já sabíamos das vantagens desta política de saúde pública e, nosso desafio é fazer com que ela funcione cada vez melhor”, afirmou a pediatra Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Ballalai destacou que é necessário intensificar a vacinação das crianças menores de 11 anos, grupo no qual a adesão dos responsáveis está menor, e a aplicação da dose de reforço em adultos jovens. “O reforço não pegou entre os jovens, ficou parecendo que era apenas para os idosos. O gestor deve ter responsabilidade é localizar as pessoas que precisam se vacinar”, defendeu.
A líder médica de vacinas da Pfizer, Julia Spinardi, destacou que as vacinas têm um perfil seguro e os pais não devem ter receio em vacinar os filhos. “A Covid é uma doença previnível por vacina hoje, por isso é essencial garantir a vacinação de todos os grupos”, destacou.