Covid: brasileiros se preparam para iniciar testes da vacina em forma de spray
Grupo de pesquisadores da USP, da Unifesp e da Fiocruz trabalha para criar imunizante nacional eficiente, barato e de fácil aplicação
atualizado
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Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) trabalha na criação de uma vacina que pretende bloquear, ainda no nariz, a entrada do coronavírus no organismo humano.
O imunizante será administrado como um spray nasal. A proposta é que o fármaco tenha baixo custo e ofereça proteção duradoura contra o coronavírus e as suas variantes.
“Uma das vantagens da imunização nasal é que ela gera uma imunidade local no nariz, na orofaringe [parte da garganta logo atrás da boca] e nos pulmões. É exatamente o ‘território’ ideal para impedir a consolidação de uma infecção pelo Sars-CoV-2″, explica Edécio Cunha-Neto, professor da Faculdade de Medicina da USP e pesquisador do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (InCor).
Imunidade duradoura e eficaz
Segundo o especialista, o objetivo é que o spray nasal gere anticorpos neutralizantes duradouros e estimule, de maneira robusta, a resposta celular — que é propiciada pelas células T.
Para isso, os pesquisadores estão desenvolvendo um antígeno que conterá a região da proteína S (spike, presente na superfície do vírus), que se liga às células humanas de três ou quatro variantes ao mesmo tempo.
Atualmente, a equipe está testando 25 combinações de proteínas para definir qual funcionaria melhor como antígeno. Os testes realizados em camundongos obtiveram bons resultados, e a expectativa é que o início dos ensaios clínicos em humanos ocorra no ano que vem.