Covid aumenta o risco de parada cardíaca, diz pesquisa brasileira
Cientistas da PUCPR coletaram amostras de pacientes falecidos para analisar impacto da doença no coração
atualizado
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Pesquisadores da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) comprovaram a relação entre a Covid-19 e o risco de parada cardíaca, fibrose e arritmias. Os cientistas analisaram amostras de indivíduos que morreram em consequência da infecção pelo coronavírus e compararam o material coletado ao de um paciente que faleceu por outro motivo.
“Verificamos o aumento de alguns marcadores inflamatórios, bem como de lesão e ativação da célula endotelial, que reveste o interior dos vasos sanguíneos, incluindo artérias, veias e as câmaras do coração. Esses achados demonstram que a Covid-19 pode estar associada a fenômenos tromboembólicos, bem como pode levar à fibrose do coração”, explica a cardiologista Camila Hartmann, professora da Escola de Medicina da PUCPR.
Os cientistas encontraram também edemas (inchaço causado por acúmulo de líquidos) nas células do tecido muscular cardíaco em todas as amostras analisadas. O problema pode causar arritmia cardíaca nos pacientes. Os responsáveis pelo estudo acreditam que este tipo de condição pode deixar sequelas cardíacas nos sobreviventes, como insuficiência cardíaca e fibrose, que aumenta o risco de parada cardíaca.
A pesquisa aponta para a necessidade de continuar acompanhando os pacientes com Covid-19 mesmo após a recuperação, para garantir a saúde do coração a longo prazo. O estudo, que continua em andamento, foi publicado apenas na versão pré-print, ou seja, ainda não foi revisado pela comunidade científica.
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