Covid-19: vírus no ar ao redor de pacientes costuma estar inativo, diz estudo
Pesquisa foi feita com amostras de hospitais. Uso de máscara por pacientes e profissionais de saúde pode ajudar a explicar a situação
atualizado
Compartilhar notícia
Apesar de o ar ao redor de pacientes com Covid-19 ter a presença do novo coronavírus, assim como vários espaços dos hospitais que atendem pessoas com a doença, na maioria dos casos, o vírus não está ativo para contaminação.
A conclusão é de um estudo feito pelo Imperial College de Londres, no Reino Unido, com o Centro Hospitalo-Universitaire de Nantes, na França, e publicado na revista científica JAMA. Os pesquisadores revisaram 24 levantamentos e mais de mil amostras de ar coletadas em vários países.
Das 471 amostras de ar ao redor de pacientes confirmados com Covid-19, 17,4% testaram positivo para o RNA do Sars-CoV-2. Entre as porções recolhidas perto de pacientes em UTIs, a proporção é maior, de 25,2%.
Banheiros, salas de espera, salas de descanso, área de descontaminação e áreas públicas de hospitais também chamaram a atenção pela quantidade de RNA no ar, que chegou a 33,3% nos locais em que o público tem acesso.
“Na nossa revisão sistemática, o ar perto e distante de pacientes com Covid-19 estava frequentemente contaminado com RNA do Sars-CoV-2. Porém, poucas dessas amostras possuíam vírus viável. Grandes cargas virais foram encontradas em banheiros, áreas onde fica o staff e corredores públicos, sugerindo que essas regiões devem ser consideradas com cuidado”, escrevem os pesquisadores.
A transmissão do coronavírus acontece, principalmente, pela aspiração de gotículas ou ao respirar o ar contaminado com o vírus, que fica suspenso. Uma das possíveis explicações para as amostras não serem capazes de contaminar outras pessoas é a de que pacientes e profissionais de saúde usam máscara todo o tempo, diminuindo a expulsão das gotículas com potencial para transmissão.