Covid-19: variante britânica é 64% mais mortal do que cepas anteriores
A variante B.1.1.7, encontrada pela primeira vez em setembro, está presente em mais de 100 países, incluindo o Brasil
atualizado
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Pesquisadores do Reino Unido publicaram nesta quarta-feira (10/3), no British Medical Journal, um estudo com evidências de que a variante britânica do novo coronavírus tem taxa de mortalidade “significativamente maior” do que as cepas originais do Sars-CoV-2 (vírus causador da Covid-19).
Os pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra, analisaram os casos de 54.906 pessoas diagnosticadas com Covid-19 entre outubro de 2020 e janeiro deste ano – os pacientes foram acompanhados até 12 de fevereiro. A nova variante foi a responsável por 227 mortes do grupo, enquanto outros 141 óbitos tiveram relação com as cepas mais antigas.
“Indivíduos infectados com a variante, identificados em centros de teste da comunidade do Reino Unido, tinham entre 32% e 104% (64%, em média) mais probabilidade de morrer do que indivíduos infectados com variantes circulantes anteriormente”, escreveram os autores do estudo.
A B.1.1.7 foi encontrada pela primeira vez no Reino Unido, em setembro de 2020. Desde então, ela se espalhou pelo mundo, com casos registrados em mais de 100 países, incluindo o Brasil. Estudos anteriores mostraram que ela é de 40% a 70% mais transmissível do que as cepas mais antigas.
“A variante é preocupante. Além de ser mais transmissível, parece ser mais letal. Esperamos que isso esteja associado a mudanças em suas propriedades fenotípicas devido a múltiplas mutações genéticas, e não vemos razão para que essa descoberta seja específica para o Reino Unido”, afirmam os cientistas.
Eles observaram que os médicos na linha de frente devem estar cientes de que uma taxa de mortalidade mais alta é provável, mesmo se a qualidade da prática permanecer inalterada.