Covid-19: União Europeia inicia vacinação em meio a temor provocado por nova cepa
Bloco pretende vacinar 450 milhões de pessoas para conter avanço do vírus. Grupos prioritários começaram a receber doses no domingo (27/12)
atualizado
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A União Europeia deu início a vacinação contra o coronavírus no domingo (27/12). As primeiras pessoas a serem vacinados com o imunizante da Pfizer/BioNTech fazem parte dos chamados grupos prioritários, formados por idosos e profissionais de saúde. O objetivo é vacinar 450 milhões de pessoas nos 27 países do bloco. A vacinação ocorre em meio ao temor de autoridades de saúde com relação à difusão da nova cepa do vírus descoberta recentemente, mais contagiosa que a anterior.
A nova cepa do Sars-CoV-2 já foi detectada no Reino Unido, Alemanha, França, Espanha, Suécia e Itália. “Não senti nada, nada”, afirmou, sorridente, Araceli Hidalgo Sánchez, de 96 anos, a primeira pessoa a receber a aguardada dose na Espanha, em uma casa de repouso de Guadalajara, na região central do país.
As primeiras doses da vacina Pfizer/BioNTech chegaram aos hospitais da União Europeia na última sexta-feira (25/12), vindas de uma fábrica na Bélgica. Cada país deve receber apenas uma fração do que precisa – menos de 10 mil nos primeiros lotes. Em janeiro, uma remessa maior deve estar disponível.
Ao todo, as 27 nações da UE registraram pelo menos 16 milhões de infecções por coronavírus e mais de 336 mil mortes. Os números, contudo, podem estar imprecisos, devido à subnotificação e a testagem limitada.
Variante
Por conta da descoberta de uma nova variante do vírus, o continente europeu passa por um novo lockdown. Bloqueios nacionais, restrições de circulação, fechamento de restaurantes e cancelamento de festas de fim de ano são algumas medidas tomadas para tentar desacelerar a disseminação da nova cepa do vírus.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, publicou em uma rede social que a vacinação marca o começo de uma “virada de página em um ano difícil”. Giuseppe Conte, primeiro-ministro da Itália, afirmou que a chegada da vacina “não poderia demorar mais”, uma vez que o país já contabiliza mais de 72 mil mortes, um dos piores índices da Europa. “Hoje a Itália desperta. Esta data permanecerá conosco para sempre”, escreveu ele em uma rede social.
O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, chamou o imunizante, que foi desenvolvido em tempo recorde, de uma “virada de jogo”. “Sabemos que hoje não é o fim da pandemia, mas é o início de uma vitória”, afirmou.
A Comissão Europeia autorizou o uso da vacina da Pfizer no último dia 21 de dezembro. Há acordo com outros cinco desenvolvedores de imunizantes contra o novo coronavírus. No total, o bloco negociou 2 bilhões de doses. Dessas, 300 milhões são da Pfizer, 400 milhões da AstraZeneca e 160 milhões da Moderna.