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Covid-19: Sírio-Libanês é contra compra de vacinas por empresas privadas

Grupo acredita que ação fere o princípio da equidade, age contra a campanha de vacinação e aprofunda desigualdades sociais

atualizado

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Fábio Vieira/Especial Metrópoles
Hospital Sírio Libanês, no bairro da Bela Vista, nesta manhã de terça-feira (08)
1 de 1 Hospital Sírio Libanês, no bairro da Bela Vista, nesta manhã de terça-feira (08) - Foto: Fábio Vieira/Especial Metrópoles

Depois do anúncio que empresas da rede privada estariam se juntando para comprar 33 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford, o comitê de ética do hospital Sírio-Libanês, um dos centros de excelência da medicina no país, se posicionou contra a aquisição.

Em documento divulgado na tarde desta sexta (29/1), o grupo afirma que o plano de doar parte das doses ao Sistema Único de Saúde (SUS) e usar o restante para imunizar a equipe, familiares e clientes, “fere os princípios fundamentais da equidade, da integralidade, da universalidade e da justiça distributiva, ferindo não só os próprios fundamentos do SUS, mas também a própria lógica que gera o benefício de uma campanha de vacinação”.

O comitê de ética diz ainda que se a vacina, um bem escasso e necessário a todos, for usada em pessoas com maiores privilégios ou poder antes dos grupos que realmente estão em risco de vida, comprometeriam a “solidariedade que gera a coesão social necessária para viver em sociedade”.

O grupo lembra que o Brasil é um país de desigualdades e injustiças excessivas e que a disponibilização das doses na rede privada poderia acentuar o abismo social.

Entenda o caso

Esta semana, a notícia que um grupo de empresas privadas estaria negociando com o Ministério da Saúde a compra de 33 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford reacendeu a polêmica sobre a venda dos imunizantes para a iniciativa privada.

Na segunda-feira (25/1), representantes das empresas se reuniram com a pasta para tratar dos detalhes do acordo. No dia seguinte, o governo federal  chegou a enviar uma carta à farmacêutica na qual sinalizou que permitiria a comercialização das doses, já que metade delas seria doada ao SUS.

Algumas das maiores empresas do país que estavam interessadas no acordo acabaram desistindo, como Ambev, Itaú, JBS, Santander, Vivo e Vale. Mas, de acordo com fontes envolvidas na negociação, outros interessados surgem a todo momento. Ao todo, 72 representantes participaram de uma videoconferência com o governo.

Veja, na galeria, como cada tipo de vacina funciona:

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