Covid-19: saiba por que não adianta fazer teste rápido em porta de festa
Influencers brasilienses causaram polêmica no último final de semana ao exigir exame para ter um “evento seguro”
atualizado
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No último final de semana, duas festas de aniversário organizadas por socialites brasilienses deram o que falar nas redes sociais. No meio da pandemia de coronavírus, quando a curva epidêmica ainda está subindo e o Distrito Federal já registra 440 óbitos em decorrência da doença, as duas decidiram comemorar seus aniversários reunindo amigos. Para tentar aplacar o problema da aglomeração em tempos de distanciamento social, uma das anfitriãs contratou duas enfermeiras para fazerem testes rápidos de Covid-19 nos convidados.
Porém, especialistas apontam que esta não é uma maneira segura ou eficaz de prevenir o contágio pelo Sars-CoV-2. O infectologista Alexandre Cunha, vice-presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, explica que este tipo de procedimento não traz segurança alguma para os convidados.
“O teste rápido não serve para diagnosticar pessoas que estão com a doença no momento e, muito menos, quem está transmitindo a Covid-19. Ele funciona revelando quem já teve a doença no passado, em uma fase que não está contaminando mais”, conta o médico.
Segundo ele, o teste negativo, que deu passe livre para quem esteve no aniversário entrar e se divertir, além de não dizer se há alguém transmitindo a doença, indica que ninguém ali tem imunidade pronta para combater a infecção. “Para uma finalidade de triagem, onde se quer evitar a transmissão, é muito pouco provável que esse teste ajude em alguma coisa”, afirma.
Segundo ele, o exame ideal seria o PCR, que detecta a presença do vírus no organismo, mas os resultados só são disponibilizados pelo menos 24h depois da coleta da amostra.
A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para evitar o contágio é que se evite aglomerações, mantendo um distanciamento social de pelo menos um metro de outras pessoas caso não seja possível evitar o encontro. Além disso, é necessário praticar a etiqueta respiratória, higienizar as mãos com frequência e usar máscara. Ainda não há nenhum medicamento comprovadamente eficaz contra a Covid-19 e as vacinas ainda estão em desenvolvimento.