Covid-19: psicóloga comenta misto de sentimentos na redução do isolamento
Ansiedade e medo, comuns no início da pandemia, podem ser substituídos pela frustração caso seja necessário voltar a intensificar restrições
atualizado
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Estados de todo o Brasil começaram a fazer a reabertura gradual do comércio e outras funções nas últimas semanas, mesmo o país não tendo atingido ainda o pico do número de casos de Covid-19, como mostrou uma nota técnica assinada por pesquisadores de diversas instituições, entre elas, a Universidade de Brasília (UnB), na última semana.
A reabertura, seguida pelo surgimento de novos casos de infectados e óbitos provocados pela Covid-19 pode provocar o sentimento de frustração nas pessoas, segundo Flora Victória, mestre em psicologia positiva aplicada pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
“A frustração é um sentimento de negatividade, afinal é gerado por alguma negativa aplicada em qualquer âmbito da vida e comumente se expressa por meio da agressividade. Tanto é que até os anos 1960, a grande maioria dos estudos sobre a frustração investigava sua relação com a resposta de agressão”, diz a psicóloga.
Para contornar e lidar com a emoção, Flora explica que é importante entender que existe um fator externo, fora do controle de todos, e determinante para o cenário da pandemia, que afeta a coletividade. “A tendência, mesmo que haja uma segunda onda, é que as pessoas reajam criando laços de cooperação mútua”, acredita.
Uma boa saída, de acordo com a especialista, é ativar as virtudes e forças individuais, como a gratidão, uma resposta psicológica positiva a algo bom que foi recebido. No caso da pandemia, pode ser ter enfrentado os meses com saúde, ou a possibilidade de realizar o home office. “Claro que estamos nos referindo àqueles que tiveram seu cotidiano afetada durante a pandemia, mas que não tiveram nenhuma perda de um ente querido. Nestes casos, experienciar o processo de luto em sua totalidade é fundamental”, pontua.