Covid-19 provocou “apagão” em tratamentos de saúde mental, afirma OMS
De acordo com a agência internacional, 93% dos países suspenderam serviços da área durante a pandemia
atualizado
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As medidas de distanciamento social adotadas nos últimos meses para conter a pandemia da Covid-19 tiveram um impacto expressivo nos serviços de saúde mental em 93% dos países do mundo, de acordo com uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgada nesta segunda-feira (5/10).
Ao avaliar a situação de 130 países, a OMS descobriu que 67% deles suspenderam os serviços de terapia e psicoterapia e 65% os programas de tratamento de pessoas com dependência de opiáceos.
Ao menos 60% das nações tiveram os cuidados na área da saúde mental interrompidos para as pessoas mais vulneráveis – idosos, crianças, adolescentes e mulheres grávidas ou puérperas.
A diretora do departamento de Saúde Mental e Uso de Substâncias da OMS, Dévora Kestel, afirmou que “este foi um aspecto esquecido da primeira onda e os governos precisam se preparar para evitar mais sofrimento nos próximos meses”.
Segundo a OMS, a saúde mental já vinha sendo deixada de lado pelos governos, que gastavam menos de 2% de suas verbas de saúde para prevenir ou tratar distúrbios mentais.
Os problemas causados pelo isolamento social, o medo de ficar doente, a perda de um ente querido ou do emprego são fatores que agravam a saúde mental das pessoas e aumentaram a demandam durante a pandemia.
Oito em cada dez países em desenvolvimento passaram a ofertar os serviços de telemedicina e teleterapia para a população, enquanto menos de 50% dos de baixa renda implementaram o serviço. Apenas 17% dos países disponibilizaram recurso para financiamento adicional para apoiar as necessidades de saúde mental.