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Covid-19: plasma de curados é vendido em mercado clandestino no Paquistão

Médicos relataram ter visto famílias desesperadas comprando material por uma quantia equivalente a R$ 25 mil para o tratamento de pacientes

atualizado

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Com o sistema de saúde à beira do colapso, familiares de pacientes da Covid-19 no Paquistão têm recorrido ao mercado clandestino em busca da cura da doença. De acordo com médicos de hospitais do governo da capital Islamabad, eles estão abordando intermediários para comprar bolsas de plasma sanguíneo, a parte líquida do sangue que contém anticorpos gerados pelo sistema imunológico de pessoas que se recuperaram do vírus.

Segundo os profissionais de saúde, os hospitais não estão envolvidos nas negociações, mas a ação tem se tornado recorrente nos corredores dos centros médicos. As bolsas com o material costumam ser vendidas por 200 mil a 800 mil rúpias, o equivalente a R$ 6 mil a R$ 25 mil.

“Geralmente, os atendentes ou familiares de um paciente abordam alguém que se recuperou, pedindo para doar sangue. Eles vão para um laboratório privado e extraem o plasma, que é ‘doado’ aos pacientes”, contou um médico que preferiu não ser identificado ao jornal The Guardian.

O mesmo profissional relatou conhecer uma família que desembolsou o equivalente a R$ 240 mil para tratar cinco parentes. “Eles acreditam que é uma cura milagrosa”, completou.

Os hospitais do país estão sem medicamentos importantes para o tratamento da Covid-19, como a dexametasona e os cilindros de oxigênio porque foram roubados e agora são vendidos por 25 vezes o preço.

Ainda em avaliação
Cientistas de todo o mundo estudam os benefícios do uso do plasma de pacientes recuperados da Covid-19 no tratamento daqueles que ainda enfrentam a doença.

No Distrito Federal, a primeira coleta do material foi realizada em 04 de junho, na Fundação Hemocentro de Brasília. O plasma do médico Lucas Valente, de 29 anos, será usado em pacientes internados no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e no Hospital Regional do Asa Norte (Hran), referência no tratamento da Covid-19.

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