Covid-19: pesquisadores questionam segurança da distância de 2 metros
Autores publicaram artigo na revista Science no qual reforçam a necessidade do uso de máscaras para evitar contaminação por aerossóis
atualizado
Compartilhar notícia
Um estudo publicado na revista Science na quarta-feira (27/05) reforça a importância do uso de máscara durante a pandemia do novo coronavírus. De acordo com o artigo assinado por Kimberly A. Prather, Chia C. Wang e Robert T. Schooley, o distanciamento de 2 metros entre as pessoas não é suficiente para evitar o contágio.
A pesquisa avança sobre o comportamento das gotículas expelidas por uma pessoa contaminada. Embora o distanciamento recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) iniba o contato direto, ele não evita a transmissão por aerossóis que “podem se acumular e ficar no ar de ambientes internos por horas”, afirmam os autores.
Com essa “nuvem de vírus” no ar, outra pessoa que passe pelo local pode facilmente inalar ou ter contato com o Sars-CoV-2. “Devido ao tamanho menor, os aerossóis podem levar a uma maior gravidade da Covid-19, porque penetram mais profundamente nos pulmões”, afirma o estudo.
De acordo com o artigo, por causa desse comportamento das gotículas, a OMS passou também a ressaltar a importância do uso de máscara. “Depois que as evidências revelaram que a transmissão aérea por indivíduos assintomáticos pode ser um fator importante na disseminação global da Covid-19, a OMS recomendou o uso universal de máscaras faciais”, dizem os pesquisadores.
De acordo com o trio que assina o trabalho, também vale destacar que a eficiência da filtragem desses aerossóis depende do tipo de material usado na proteção do rosto. “A partir de dados epidemiológicos, os países que foram mais eficazes na redução da disseminação da Covid-19 implementaram o mascaramento universal, incluindo Taiwan, Hong Kong, Singapura e Coreia do Sul”, reforça.
Modelos
Uma série de simulações criadas pela empresa sueca de tecnologia Hexagon e pela americana MSC Software mostra como os vírus se espalham rapidamente pelo ambiente quando pessoas doentes estão sem máscaras. As imagens revelam que, mesmo sem espirrar ou tossir, um indivíduo infectado é capaz de contaminar outros ao redor em ambientes fechados, como metrô ou escritório, e até ao ar livre, por meio de uma interação social, que pode ser uma simples conversa.