Covid-19: obesidade é pior para mais jovens do que para idosos
Boletins do Ministério da Saúde mostram que doença é mais prevalecente como comorbidade associada no grupo abaixo de 60 anos
atualizado
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Os boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde mostram que a obesidade é um dos principais fatores de risco para a população com menos de 60 anos. É a única comorbidade associada que é mais prevalecente entre os jovens do que entre os idosos que faleceram em decorrência da Covid-19.
Entre os óbitos registrados até 19 de abril, 70% foram de pessoas que apresentavam ao menos uma comorbidade, também chamada de doença associada.
De acordo com as informações do ministério, as cardiopatias e a diabetes são as comorbidades mais presentes nos quadros graves da doença em qualquer faixa etária. No entanto, no grupo abaixo dos 60 anos, a obesidade aparece como a 3ª comorbidade associada, enquanto no grupo acima de 60 anos, ela está em 7º.
Ao jornal Estadão, a endocrinologista Amy Rothberg, professora associada da Escola de Medicina da Universidade de Michigan, explicou que a obesidade contribui para um estado inflamatório de produção das moléculas citoquinas. “Elas afetam outros sistemas, causando estresse celular, falta de oxigenação celular e morte celular”.
A informação é preocupante. Atualmente, 19,8% da população brasileira é formada por pessoas obesas, segundo a última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, feita em 2018.
O aumento do número de obesos foi de 67,8% entre 2006 e 2018 e maior entre os adultos de 25 a 34 anos e 35 a 44 anos. Além disso, mais da metade da população tem excesso de peso.