Covid-19: novo estudo aponta ineficácia de tratamento com hidroxicloroquina
Trabalhado publicado no New England Journal of Medicine revelou que uso do medicamento não fez diferença em tratamento de pacientes graves
atualizado
Compartilhar notícia
Um estudo realizado com pacientes internados no Hospital Presbiteriano de Nova York e no Irving Medical Center, da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, não encontrou evidências da eficácia hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19.
Publicado no New England Journal of Medicine, a pesquisa mostrou que a medicação não foi capaz de fazer diferença no quadro de pacientes que receberam o tratamento quando comparado aos que não fizeram uso. O prescrição do remédio não diminuiu o número de pessoas que precisaram de assistência respiratória ou morreram. “Na análise principal, não houve associação significativa entre uso de hidroxicloroquina e intubação ou morte”, afirma a conclusão da esquipe comandada pelo médico Neil Schluger.
O estudo comparou o quadro clínico de dois grupos de pacientes: os integrantes do primeiro grupo receberam a hidroxicloroquina e o do segundo, não. Os pesquisadores ressalvam, no entanto, que o medicamento era normalmente administrado a pacientes mais graves; o que é uma limitação aos resultados encontrados.
Dos 1.376 pacientes analisados durante o acompanhamento médio de 22,5 dias, 811 (58,9%) receberam a hidroxicloroquina. Entre eles, 346 pacientes (25,1%) desenvolveram quadros de insuficiência respiratória grave: sendo que 180 foram intubados – dos quais 66 morreram posteriormente – e 166 morreram ainda sem intubação.
Entre os que foram medicados, 32,3% acabaram precisando do auxílio de um ventilador para respirar ou morreram, contra 14,9% dos pacientes que não receberam o remédio. A pesquisa afirma que o medicamento pode não ter prejudicado os pacientes, mas claramente não ajudou.