Covid-19: nova cepa do Sars-CoV-2 já circulava na Alemanha desde novembro
Variante foi detectada primeiro na Inglaterra, em setembro, e pode ser até 70% mais transmissível do que versões anteriores do coronavírus
atualizado
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Autoridades de saúde da Alemanha informaram, nesta terça-feira (29/12), que a nova variante do Sars-CoV-2 foi identificada em um paciente ainda em novembro. De acordo com o comunicado do ministério da Saúde da Baixa Saxônia (Norte), cientistas locais conseguiram sequenciar a variante do vírus B1.1.7 em uma pessoa infectada no norte da Alemanha.
A nova cepa do coronavírus, detectada pela primeira vez no sudeste da Inglaterra, pode ser até 70% mais transmissível que as versões anteriores do vírus. Ainda não há informações oficiais sobre se a mutação é mais letal ou resistente às vacinas. Segundo o comunicado do governo alemão, a variante é “responsável por grande parte das infecções detectadas no sul da Inglaterra”.
A descoberta foi feita por equipes da Faculdade de Medicina de Hannover, que identificaram a nova cepa a partir do sequenciamento do genoma do vírus. Os resultados foram confirmados pela equipe do virologista Christian Drosten, do hospital Charité (Berlim), referência para tratamento de Covid-19 na Alemanha.
O paciente teria sido infectado pela filha, que havia passado alguns dias no Reino Unido em novembro. Segundo os especialistas, ele era um idoso com comorbidades. O comunicado informa que o homem faleceu, porém não dá detalhes sobre as causas específicas de sua morte. A esposa do paciente também foi infectada pelo coronavírus, mas está curada.
Apenas um caso de infecção pela nova cepa de coronavírus havia sido registrado na Alemanha até então: uma mulher que chegou ao país em um voo de Londres na última quinta-feira (24/12).
A descoberta da nova cepa na Inglaterra levou a maioria dos Estados europeus a fecharem suas fronteiras com o país na semana passada. A mutação também foi detectada em Portugal, França, Jordânia e Coreia do Sul. A Alemanha prorrogou até 6 de janeiro a suspensão das conexões terrestres, marítimas e aéreas com a Grã-Bretanha.
Na semana passada, as farmacêuticas Pfizer e BionTech anunciaram testes com a nova cepa do vírus, para garantir a eficácia da vacina.