Covid-19: exame de sangue indica doente que pode melhorar com dexametasona
Pesquisa realizada nos Estados Unidos encontrou biomarcador no sangue útil para identificar pacientes que responderão ao tratamento
atualizado
Compartilhar notícia
A dexametasona, um dos remédios considerados promissores para o tratamento de quadros graves de Covid-19, pode ser útil apenas para um tipo específico de paciente, segundo pesquisa feita pela Universidade de Medicina Albert Einstein e o Sistema de Saúde Montefiore, ambos em Nova York, nos Estados Unidos.
Foram acompanhados 140 pacientes medicados com o corticoide nas primeiras 48h de internação. Os dados foram comparados com um grupo de 1.666 pessoas nas mesmas condições, mas que não receberam o remédio. O estudo não encontrou sinais de impacto na administração precoce do medicamento, mas achou diferença de acordo com os níveis de inflamação.
De acordo com os pesquisadores, pessoas com níveis altos da proteína C-reativa (um biomarcador para inflamação) tiveram menores chances de morrer ou precisar de ventilação mecânica após o uso do corticoide. Em pacientes com quantidades normais da proteína, o uso da dexametasona mostrou ser até perigoso, afirmam os pesquisadores. Os níveis do biomarcador podem ser verificados com um exame de sangue.
“Nossa descoberta sugere que a terapia com corticoide deve ser reservada para pessoas com muita inflamação, como indicado pelos altos níveis do biomarcador. É uma história diferente para quem não tem inflamação significativa: para eles, qualquer benefício é pequeno diante dos riscos de usar o esteroide”, afirma William Southern, um dos autores do estudo, ao Daily Mail.