Covid-19: exame de sangue de pacientes pode prever casos mais graves
Cientistas da Universidade de Virginia, nos EUA, identificaram níveis de uma proteína específica relacionado ao agravamento da doença
atualizado
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Pesquisadores da Universidade da Faculdade de Medicina da Virginia, nos Estados Unidos, desenvolveram um exame de sangue no qual é possível identificar entre os pacientes de Covid-19 aqueles com maior risco de desenvolver o quadro grave da doença e com maior probabilidade de precisar de ventilação mecânica para ajudar o pulmão a funcionar.
A descoberta pode levar a novos tratamentos que consigam prevenir as “tempestades de citocinas” vistas em casos graves da infecção provocada pelo Sars-CoV-2. Também pode ajudar a explicar por que o diabetes contribui para piores quadros em pacientes com coronavírus.
Comparando amostras de sangue de 57 pacientes com Covid-19 que precisaram de respiradores com exames de infectados que prescindiram, os cientistas descobriram que o nível de uma citocina específica no sangue está relacionada aos quadros mais graves. As citocinas – proteínas produzidas pelas células do sistema de defesa do corpo – são responsáveis por reações exageradas do sistema imunológico, conhecidas como “tempestades de citocinas”.
Altos níveis da citocina IL-13 foram associados a quadros mais graves de Covid-19, independentemente do sexo, idade ou outros problemas de saúde dos pacientes. Os pesquisadores também identificaram outras duas citocinas relacionados a estes quadros, embora elas tenham menos capacidade de prever a necessidade de um ventilador mecânico.
“A resposta imune que descobrimos para prever falta de ar grave no Covid-19 é conhecida em outras doenças pulmonares por causar danos. Portanto, isso pode levar a uma nova maneira de prevenir a insuficiência respiratória em indivíduos infectados com o novo coronavírus, inibindo essa citocina imune ”, afirmou Bill Petri, líder da pesquisa, ao site da universidade.
Os pesquisadores também descobriram que os níveis de duas outras citocinas eram significativamente mais altos em pacientes com açúcar elevado no sangue. Essa “resposta pré-inflamatória” tem potencial para explicar por que o diabetes está associado a casos mais graves da doença.