Covid-19: entidades publicam carta contra vacinação na rede privada
Especialistas e articuladores políticos afirmam que é dever do Estado evitar que pessoas ricas pulem a fila de imunização
atualizado
Compartilhar notícia
Depois da notícia que o setor privado está tentando comprar 5 milhões de doses da vacina indiana Covaxin contra a Covid-19, 29 entidades brasileiras publicaram uma carta em defesa da imunização exclusiva pelo SUS.
Segundo o grupo, é “inadmissível que pessoas com dinheiro pulem a fila da vacinação por meio da compra de vacinas em clínicas privadas”. Uma venda particular desmontaria a fila com base em riscos, seria “moralmente inaceitável” e aprofundaria o “abismo social brasileiro”.
O documento também lembra que garantir a vacina é um dever do Estado. “A equidade é importante como a garantia de justiça social, mas
também como requisito para o tão esperado controle da pandemia. Que seja, portanto, garantida igualdade de acesso às cidadãs e cidadãos brasileiros na vacinação contra a Covid-19”, escrevem os autores do manifesto.
Entre os grupos que assinam o documento estão o Conselho Nacional de Saúde (CNS), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Associação Brasileira de Educação Médica (Abem), Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Articulação Brasileira de Lésbicas (ABL) e União Brasileira de Mulheres (UBM).
As entidades acreditam que apenas o SUS, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) pode garantir a vacinação de toda a população brasileira. Para isso, deve-se ser asseguradas seringas, agulhas e insumos de biossegurança.
“A mercantilização da vacina não será tolerada por um Brasil que luta pela vida, por um país mais justo e solidário”, finaliza a carta.