Covid-19: entidade alerta sobre perigos da nebulização com cloroquina
Procedimento sem respaldo científico pode agravar quadro de pacientes com coronavírus, diz Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia
atualizado
Compartilhar notícia
Em um comunicado público divulgado nesta quinta-feira (25/3), a Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) alertou sobre a inalação de comprimidos de cloroquina em pacientes com Covid-19. Na quarta-feira (24/3), três pessoas infectadas morreram após nebulização com hidroxicloroquina diluída no Hospital Nossa Senhora Aparecida, em Camaquã, no sul do Rio Grande do Sul.
De acordo com os especialistas, procedimentos reconhecidamente perigosos e sem comprovação de benefício, como a inalação de comprimidos de cloroquina macerados e diluídos em soro fisiológico, podem contribuir para a piora clínica dos doentes e, também, colocar em risco toda a equipe assistencial. “Essa prática é certamente danosa ao já combalido sistema respiratório do paciente”, afirmou o documento.
A entidade esclarece que a cloroquina tem em sua composição silicato e outras substâncias agressoras à saúde. Quando inaladas, estas substâncias podem causar broncoespasmo e se depositarem no pulmão e vias aéreas, causando uma reação inflamatória. “Essa inflamação aguda se somando à inflamação pulmonar pela infecção viral tem o potencial de agravar o quadro”, detalham os médicos, reforçando que não há recomendação de uso de comprimidos por via inalatória para nenhuma doença existente.
Segundo os médicos, o uso de medicações inalatórias por nebulização na Covid-19 deve ser sempre cauteloso pelo potencial de aerolização e contaminação do ambiente com partículas virais. “Isso adiciona risco ambiental ao já perigoso procedimento”, finaliza o SPPT.
Veja como o coronavírus ataca o corpo: