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Covid-19: cientistas que aconselham Trump estimam 90 mil mortes no Brasil

Prevista por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, a marca seria alcançada no início de agosto

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1 de 1 brasil_coronavírus - Foto: Arte/Metrópoles

Com mais 749 mortes em 24 horas, o Brasil chegou nessa quarta-feira (13/05) a 13.149 vítimas fatais da Covid-19, segundo o Ministério da Saúde. Mas o país pode ter cerca de 90 mil mortes em decorrência do coronavírus até agosto, conforme atesta o principal modelo estatístico que tem embasado as políticas de saúde da Casa Branca, nos Estados Unidos.

Pela primeira vez, o Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), um centro de pesquisa dentro da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, fez projeções sobre países da América Latina e chamou a atenção para a situação do Brasil. A previsão inicial do IHME é que o país tenha média de 88.305 mil mortes até 4 de agosto, dentro de intervalo que estima mínimo de 30,3 mil mortes e máximo de 193,7 mil.

As previsões são atualizadas à medida que novos dados são divulgados, como número de infectados e internados, e também podem ser alteradas por mudanças nas políticas públicas adotadas em cada país. No mesmo período, México e Equador devem ter cerca de 6 mil mortos e o Peru, 5 mil, pelo modelo.

Os momentos mais sombrios ainda estão para chegar, e o Brasil continua rumo a um pico das infecções. O modelo aponta que o país deve registrar mais de mil mortes por dia entre 17 de junho e 9 de julho, com o pior momento no dia 24 de junho, com 1.024 óbitos.

A partir daí, se confirmadas as projeções, o Brasil ficaria com essa média de mortes diárias até o início de julho, quando a curva começaria a baixar. Ainda assim, o patamar de mortes por dia se manteria elevado, com mais de 750 fatalidades a cada 24 horas ainda em agosto.

Nos EUA, a Casa Branca usou o IHME quando o presidente Donald Trump estimou, no fim de março, que entre 100 mil e 240 mil americanos poderiam morrer em decorrência da Covid-19 na primeira onda de contágio, mesmo com a adoção das medidas de distanciamento social. Sem elas, disse Trump na época, o vírus poderia matar até 2 milhões de americanos. O país registra 83,6 mil óbitos.

Ao verificar a capacidade hospitalar, o IHME traça um cenário também desolador para o Brasil. Os especialistas avaliam que desde o dia 3 de maio o país opera com menos unidades de tratamento intensivo (UTIs) do que o necessário para atender todos que precisam, e a situação tende a piorar. Em 28 de junho, o país terá 11.178 pacientes que necessitarão de leitos de UTI, mas apenas 4.060 à disposição, segundo o estudo. Só em agosto, o número de leitos ofertados para tratamento intensivo ficará próximo à demanda.

Nos EUA, críticos ao modelo do IHME apontam que as projeções preveem um fim do pico de infecções mais rápido do que o que tem sido registrado, o que leva a número de mortes subestimado pelos pesquisadores de Washington. A previsão já foi atualizada algumas vezes, sendo a projeção atual de 147 mil mortes para a primeira onda de contágio dos americanos.

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