Covid-19: China negou à OMS acesso a primeiros casos, diz investigador
Equipe internacional organizada pela entidade esteve no país para começar a investigação que quer descobrir como começou a pandemia
atualizado
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De acordo com o microbiologista Dominic Dwyer, um dos especialistas que participaram da missão da Organização Mundial de Saúde (OMS) na China, o país asiático não forneceu informações suficientes sobre os primeiros casos reportados de Covid-19. A viagem foi o primeiro passo para determinar como começou a pandemia de coronavírus.
Em entrevista à Reuters, ao Wall Street Journal e ao The New York Times, Dwyer explicou que a equipe pediu dados brutos sobre os casos, mas recebeu apenas um resumo. Metade dos diagnósticos tinha envolvimento com o mercado de Wuhan. Segundo ele, o time pressionou o governo em várias ocasiões para ter acesso às informações, mas não foram atendidos.
“Por que isso não aconteceu, não posso comentar. Se é questão política, de tempo ou se é difícil… Mas se há outros motivos para esse dado não estar disponível, não sei. Só se pode especular”, afirma. O relatório final sobre a viagem será publicado na próxima semana, e a falta de informação será documentada.
A imunologista Kolsen Fischer, que também participou da missão, explicou ao NYT que a viagem foi “altamente geopolítica”. Segundo os investigadores, o clima foi tenso e as discussões chegaram a envolver gritaria das duas partes. O time esteve em vários pontos chave, como o mercado de Wuhan, e o laboratório central da cidade. Autoridades chinesas acompanharam de perto a pesquisa.
O governo local não se pronunciou sobre esse caso pontual, mas vem insistindo na transparência. A equipe da OMS considera que foi feito progresso, mas ainda falta muito para definir exatamente como começou a pandemia.