Covid-19: Califórnia planeja reabertura total do comércio para junho
Queda no número de infecções e mortes por coronavírus em decorrência da vacinação possibilitará a retomada econômica
atualizado
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Graças ao sucesso na campanha de vacinação contra a Covid-19 na Califórnia, o estado norte-americano pode retomar totalmente as atividades econômicas até junho. O anúncio foi feito na semana passada por Mark Ghaly, secretário de Saúde e Serviços Humanos do estado. A queda nas taxas de infecção por Sars-CoV-2 e, consequentemente, de hospitalizações impulsionou a decisão, de acordo com o representante.
Cerca de 22.063.939 doses do imunizante já foram administradas no local, sendo 336.513 somente nos últimos sete dias, de acordo com o Departamento de Saúde Pública da Califórnia. Estima-se que cerca de 37,3% dos californianos (14,6 milhões de pessoas) já receberam ao menos uma dose de alguma vacina contra a Covid-19 até este domingo (11/4).
Nesse grupo, 21,6% (8,1 milhões) estão totalmente imunizados, ou seja, receberam as duas doses das vacinas Pfizer/BioNTech ou da Moderna ou foram medicados com a vacina Johnson & Johnson, administrada uma única vez.
Os números animadores fizeram com que o governo californiano optasse por suspender a estratégia de reabertura gradual em vigor desde agosto do ano passado, denominado “Projeto para uma Economia Mais Segura”, que previa uma volta do comércio em quatro etapas feita, de acordo com cada condado. Agora, o plano é reabrir totalmente as atividades e negócios do estado no dia 15 de junho.
Para garantir a segurança da população, as autoridades estaduais de saúde se comprometeram a continuar produzindo e fornecendo dados a respeito do número de infecções e mortes, bem como do avanço de novas variantes do coronavírus. Segundo Mark Ghaly, caso as hospitalizações por Covid-19 voltem a subir, o governo tomará as “precauções necessárias”.
Apesar do bom andamento da vacinação, os californianos não poderão abrir mão da máscara, uma vez que, de acordo com Ghaly, o item “é um recurso de proteção fundamental, dando segurança àqueles que ainda não são elegíveis para uma vacina”.
Por enquanto, a Califórnia não adotará o “passaporte da vacina“. Contudo, em entrevista à CNN, o conselheiro econômico do estado, Dee Dee Myers, afirmou que parte da ideia do documento é acelerar a reabertura com mais segurança. “Isso também fornecerá um incentivo à vacinação, pois as pessoas terão permissão para fazer mais atividades porque foram vacinadas”, justificou.
Para eventos com mais de 5 mil pessoas, os organizadores deverão ter certeza de que todos os participantes foram vacinados ou testaram negativo para Covid-19. A restrição será válida até o dia 1º de outubro. Festivais como o Coachella, responsável por aquecer a economia local, deverão ser adaptados para garantir a segurança do público, segundo Ghaly.
Vacinação avançada
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), os profissionais de saúde e residentes em instituições de longa permanência foram os primeiros a ter acesso prioritário às vacinas. Em seguida, o governador Gavin Newsom abriu o acesso a pessoas com 65 anos ou mais.
No dia 15 de março, foram incluídos indivíduos de 16 a 64 anos com condições médicas subjacentes graves. A partir de 1º de abril, californianos com 50 anos ou mais estarão qualificados e, em 15 de abril, todos com 16 anos ou mais estarão aptos a receber a vacina.
Uma vez que nenhuma vacina foi aprovada para pessoas com menos de 16 anos, cerca de 8 milhões de pessoas, ou 20% da população do estado, não são elegíveis.
Atualmente, o local tem a menor taxa cumulativa de mortalidade per capita dos oito estados mais populosos dos EUA, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. Nesse sábado (10/4), a Califórnia registrou 60 mil mortos por Covid-19, o equivalente a cerca de 10,7% dos óbitos de todo o país.
“Estamos analisando o fornecimento e a disponibilidade de vacinas. Se não houver estoque, podemos fazer alguns ajustes para a data de 15 de junho. Precisamos ter certeza de que todos os californianos interessados em se vacinar, que são elegíveis, tenham um período de tempo razoável para isso”, afirmou Mark Ghaly.
Veja como é o funcionamento das vacinas contra a Covid-19: