Covid-19 ataca o coração e inflamação pode persistir meses após diagnóstico
Dois novos estudos relacionam os efeitos do novo coronavírus no miocárdio e são destaque da revista Jama Cardiology nesta segunda (27/7)
atualizado
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A revista Jama Cardiology publicou nesta segunda-feira (27/7) dois artigos que alertam para a ação do novo coronavírus no coração. Os achados registrados pela publicação mostram evidências de que a Covid-19 está associada a lesões do miocárdio. Além disso, as sequelas podem continuar até meses depois da infecção.
Uma das pesquisas contou com 100 pacientes em recuperação de Covid-19. Ela mostrou que 71 dias após o diagnóstico confirmado de Covid-19, 78% dos pacientes tiveram alteração cardíaca, identificadas por meio de ressonância magnética.
A outra pesquisa, baseada em autópsias feitas nos cadáveres de 39 pessoas que faleceram em decorrência da doença, mostrou que 60% dos pacientes tinham o novo coronavírus no músculo do coração.
Em editorial, a revista científica alerta para a importância de manter as avaliações nos pacientes mesmo após a cura da Covid-19. “Meses após o diagnóstico de Covid-19, existe a possibilidade de disfunção residual do ventrículo esquerdo e inflamação contínua. Não podemos descartar outras importantes observações fisiopatológicas clínicas, incluindo síndromes clínicas consistentes como miocardite aguda, ambiente pró-trombótico com formação de coágulos microvasculares e ou lesão miocárdica devido à incompatibilidade de oferta e demanda”, diz o texto.
O objetivo do editorial é incentivar outros pesquisadores a examinar os dados existentes. Desta forma, eles poderão contribuir com novas informações em outras populações e confirmar ou refutar os achados relacionados ao Sars-Cov-2 e o músculo do coração.