Covid-19: anticorpos de pacientes graves agem de forma diferente, diz estudo
Pesquisadores da Universidade de Stanford descobriram que os anticorpos de pessoas internadas com a doença não atacam a proteína spike
atualizado
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Apesar de o coronavírus ter colocado o mundo inteiro de cabeça para baixo, ainda há muito o que se descobrir sobre o micro-organismo. Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, publicaram um estudo no qual mostram que o organismo de pacientes graves com Covid-19 não se defende da mesma maneira que o das pessoas com caso leve da infecção. As descobertas foram publicadas na revista científica Science Immunology.
Segundo os cientistas, enquanto o sistema imunológico de pacientes assintomáticos e leves atua neutralizando a proteína spike, usada pelo coronavírus para invadir as células e se multiplicar, o organismo de quem tem quadro grave e precisa ser internado ataca outras estruturas do vírus.
Participaram da pesquisa 254 pessoas com casos assintomáticos, leves ou severos de Covid-19. Entre os pacientes com sintomas, 25 foram acompanhados à distância, 42 foram hospitalizados e 37 precisaram ficar na UTI. No total, 25 participantes morreram. Foram analisados os níveis de três tipos de anticorpo (IgG, IgM e IgA).
Os pesquisadores alertam que a resposta de anticorpos não é a única variante responsável pelo desenvolvimento ruim do quadro. “Entre pessoas com doença grave, alguns morrem e outros se recuperam. Alguns desses pacientes montam uma resposta imunológica vigorosa, outros têm uma ação moderada. É importante notar que nossos resultados identificam correlação, mas não provam a causa”, explica Scott Boyd, um dos responsáveis pelo estudo.
Ele afirma que os resultados são importantes inclusive para ajudar a entender o funcionamento das vacinas contra a Covid-19, que atuam com a proteína spike, e quais devem ser os grupos prioritários para tomar o imunizante.