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Covid-19: 80% dos recuperados têm alguma disfunção cognitiva, diz estudo

Dificuldade de compreensão, confusão e perda de memória de curto e longo prazo são os sintomas mais comuns no pós-Covid

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1 de 1 memória cérebro perda de memória - Foto: Robina Weermeijer/Unsplash

Uma pesquisa do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) comprovou o que muitos ex-pacientes de Covid-19 já perceberam na prática: após a infecção, casos de dificuldade de concentração e compreensão, confusão e perda de memória são comuns. Entre as 430 pessoas que participam do estudo atualmente, mais de 80% relataram algum destes sintomas.

A primeira fase do estudo foi realizada entre março e setembro de 2020 e contou com 185 pacientes. No total, 62,7% dos participantes relataram alterações na memória de curto prazo, enquanto 26,8% dos voluntários afirmaram ter sentido impacto na memória de longo prazo. Cerca de 92,4% dos indivíduos notaram mudanças na percepção visual.

Lívia Stocco Sanches Valentin, neuropsicóloga, professora da FMUSP e autora da pesquisa, criou uma ferramenta, chamada MentalPlus, para facilitar a análise dos dados. O recurso é uma espécie de jogo virtual, pensado para avaliar funções cognitivas de pessoas com idades entre 8 e 80 anos. A avaliação cognitiva é feita em 25 minutos e os resultados são gerados em tempo real, com relatórios, gráficos e tabelas para análise.

O game foi criado em 2010 e, com a pandemia de coronavírus, a especialista percebeu que a ferramenta poderia ser útil para avaliar o impacto da Covid-19 nas funções cognitivas dos pacientes recuperados. De acordo com Lívia, alguns sintomas pós-Covid comuns são cansaço, tosse, dor de cabeça ou pequenos lapsos de memória. O problema é que, às vezes, os sinais são tão sutis que podem ser confundidos com o cansaço do dia a dia.

O aplicativo também pode ser usado para tratar os doentes, uma vez que avalia o grau de reabilitação dos pacientes. Segundo a pesquisadora, o MentalPlus foi validado em 2014 para uso no Brasil e em outros países.

O objetivo é que a metodologia seja utilizada no diagnóstico e tratamento de pessoas com disfunções cognitivas causadas pela Covid-19. No momento, a equipe de pesquisa está recolhendo dados para apresentá-los à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Especialista em anestesiologia, a médica explica que a infecção por Sars-CoV-2 invade as vias aéreas, causando dessaturação de oxigênio. O sistema nervoso central é afetado pela falta de oxigênio, já que o sangue chega rarefeito ao cérebro. O problema pode causar isquemia, AVC e/ou afetar funções neuropsicológicas.

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